quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

More Than Friends - 100° Capítulo



Os preparativos na casa do Harry para a festa de fim de ano estavam de vento em polpa. Era ao mesmo tempo uma festa de inauguração da casa. Harry fez questão de contratar os melhores organizadores de festa de Londres.

Melissa acordou cedo no dia 31.
Deitada com Apolo em sua cama, pensou nos planos do próximo ano.
Às nove, Melissa levantou e se dirigiu ao banheiro. Fez sua higiene matinal e, por impulso, abriu o compartimento do espelho. Olhou os quatro testes de gravidez e pegou um deles, torcendo para estar no período certo para usar. Esses testes têm uma data correta em que devem ser usados, mas a ansiedade da Melissa não pôde ser contida.
Seguiu o procedimento e o resultado foi um único risco. Melissa releu a parte que dizia "positivo = dois riscos, negativo = um risco". Deu um grito de felicidade, mas se conteve para não acordar Hilary. Fez os testes restantes e todos acusaram a mesma coisa: negativo.
Voltou ao quarto correndo e discou o número do Harry, com a mão tremendo.
- Alô? - Harry atendeu, sonolento.
- Amor, amor, amor, eu tenho uma notícia para te dar.
- Eu estava dormindo. Eu posso dormir mais?
- Lindo, é a melhor notícia do ano. Você vai querer saber.
- Fala.
- Eu não estou grávida. - Melissa conteu um grito de felicidade.
- Sério? - perguntou, mais acordado e animado. - Obrigado, Deus.
- Cara, que felicidade.
- Igualmente, mas a gente ainda precisa ver do quê são essas dores.
- Precisamos. Eu vou tomar banho agora. Te amo, te amo, te amo.
- Também te amo muito, doidinha. Até mais tarde.
Melissa foi saltitante para o banheiro e tomou um banho merecidamente demorado, com direito à show e guitarra imaginária.
Voltou ao quarto e, devido à neve que se acumulava do lado de fora, colocou uma roupa mais inverno e menos Melissa.
Ficou com fome e, após chegar à conclusão que precisa fazer compras para sua casa urgentemente, foi no Claire's. Apesar de não ser tão perto, Melissa foi andando e demorou aproximadamente 20 minutos.
Todas as mesas estavam ocupadas, então Melissa deu meia-volta.
- Senhorita? - a atendente a chamou e Melissa virou e sorriu para ela. - A lista de espera não é grande, vale a pena esperar.
- Não, obr... - Melissa foi interrompida:
- Melissa? Melissa! Eu estava pensando em te ligar, eu precisava falar com você. Eu queria ir na sua casa, mas você sabe, eu não lembro o endereço. - Christopher apareceu perto da Melissa. - Você pode sentar comigo. Eu estou sozinho.
- Não, valeu, eu...
- Por favor. - Melissa tentou resistir, mas Chris fez sua melhor cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança.
- Tá.
Melissa foi com Chris até a mesa que ele ocupava sozinho e sentou na cadeira de frente para a sua.
- Quer fazer seu pedido agora, senhorita? - uma garçonete perguntou à Melissa, que pediu um misto quente e um suco e laranja natural.
- Eu precisava falar com você. Aconteceu uma coisa comigo essa madrugada.
Melissa o olhou, como um incentivo para continuar falando.
- Eu sonhei com você. Não foi um sonho claro, você estava sozinha num quarto branco, aí eu acordei. A única coisa que me veio em mente foi seu nome e eu só consegui pensar em como eu precisava falar com você. O tempo todo, eu senti meu peito pulsando, agora que estou com você, me sinto bem novamente.
- Você não está exagerando?
- Queria estar.
- Ahm... certo. E o que exatamente você queria falar?
- Eu quero sua amizade de volta.
- Chris, eu não sei se você sabe, mas amizade não funciona assim.
- Não, Melissa, eu não sei. Justamente porque não tem ninguém para me mostrar como é, me ensinar. A melhor pessoa para isso não quer papo comigo.
- Por que você não pediu para a sua amiguinha te ajudar?
- Quem?
- A Kaley.
- Ela não quer amizade, Lissa, você sabe disso. Aquela menina me cansa. Eu quero você.
- Eu tenho um namorado.
- Eu só quero a sua amizade. Por favor.
- Eu ainda estou irritada com você.
- Porque eu sou um idiota. Mas eu sempre fui, não é? E mesmo assim você estava ao meu lado.
- Não acredito que vou dizer isso: última chance, Christopher, nem pense em me magoar novamente.
- Sério? Ai, meu Deus, você é demais, cara. - ele levantou para abraçar a menina e ela fez o mesmo.
Os pedidos chegaram e eles começaram a conversar sobre comida.
Horas passaram e o horário do almoço chegou, sem que percebessem. Pediram o almoço e o celular da Melissa tocou enquanto saboreavam a comida. Ela atendeu a chamada do seu namorado.
- Amor? - Harry perguntou.
- Oi, lindo.
- Quer almoçar comigo?
- Eu já estou almoçando.
- Tá sozinha? Eu estou com a Gemma, a Hilary, a Jennifer, a Jenna, o Niall, a Katie, o Zayn e o Nicholas aqui no Blue.
- Katie?
- Minha prima, já esqueceu dela?
- Ah, sei.
- Você está onde? Tá sozinha? A Hilary disse que acordou e você não estava mais em casa.
- Não, eu estou com o Chris, no Clare's.
- Chris, Melissa?! Sério?
- O restaurante estava cheio e ele me convidou para sentar com ele. Enfim, falamos sobre isso mais tarde.
- Certo. Juízo, hein mocinha?!
- Tá bom, mocinho.
- Ok, meu filé mignon ao molho de shitake chegou. Tchau, tchau.
- Você é um grande exibido e copião. Vou comer meu filé mignon e bacon grelhado com arroz à piamontese. Amo você, te vejo mais tarde.
- Beijo, te amo. - Harry encerrou a chamada.
- Ela está com o Christopher? - Jenna perguntou, acusatória.
- Eu queria saber como a Melissa consegue perdoar as coisas tão rápido. - Harry falou, pensativo. - Isso já me favoreceu e realmente é uma qualidade, mas eu sei que com o Chris é diferente. Ele tem algum poder sobre ela, mesmo que ele não saiba mais disso.
- Eu conversei sobre isso com o Nick já. - Jenna falou. - Não importa quem seja, a Melissa sempre perdoa quem pisa na bola com ela, é normal, só que ela não consegue ficar brava com o Chris.

Melissa finalmente ficou pronta e saiu do seu quarto. Hilary já estava pronta à quase uma hora, esperando Melissa.
- Que vestido lindo! - Hilary elogiou.
- Não é? Eu nem sabia que tinha. Você está linda.
- Obrigada. Você também. Vamos?
As duas saíram da casa com o braço entrelaçado e desceram. O táxi já as esperava.
- Numa escala de 0 a 10, quanta gente famosa e legal vai ter lá? - Hilary perguntou, apreensiva, após dois minutos de viagem.
- Não sei te dizer. Não vi a lista de convidados, mas sei que vai gente para cacete.
- Vai alguém que estuda com você?
- Jenna, com certeza. Talvez o Harry tenha convidado o Nicholas, já que ele convidou a Jennifer, por que ela não vai mesmo?
- Os avós dela vieram para cá. Visitei ela hoje e eles não sabem falar inglês, foi uma diversão.
- Eles são uns amores. Cozinham que só, mas nossa comunicação sempre foi muito limitada.
- Você conhece eles?
- Eles vêm todo ano.
- Chegamos, senhoritas.
Melissa pagou a corrida e elas desceram em frente ao enorme edifício. Apertaram a campainha e o porteiro respondeu:
- Boa noite.
- Boa noite. Eu gostaria de ir na casa do Harry Styles.
- Nomes?
- Melissa Mikaelson e Hilary Collins.
- Tenham uma boa noite.
O portão abriu. Elas seguiram o curto caminho até o elevador e foram até o último andar. Melissa tocou a campainha da casa do Harry e a porta foi aberta por uma moça de aparência simpática e profissional, que sorriu.
- Sejam bem-vindas. Senhorita Mikaelson, o senhor Styles pediu para que o procurasse.
- Obrigada. - Melissa agradeceu e entrou, ao lado de Hilary.
A enorme sala estava mais escurecida, mas luzes coloridas enfeitavam todo o espaço.
- Uau, esse lugar é gigantesco.
- É, meu namorado não é dos mais modestos.
- Puta merda! Olha lá, é o Olly Murs! Eu vou passar mal. - Hilary falou, afobada, e abraçou Melissa, para esconder seu rosto vermelho.
- Você tirou a sorte grande. Com o Olly está o meu namorado. Vamos lá.
Melissa puxou Hilary até a pequena roda que havia Harry, Olly Murs, Dougie Poynter e Ellie Goulding.
- Gente, essa é a Melissa, minha namorada, e Hilary, a amiga dela.
Eles se cumprimentaram e Melissa acabou abraçada de lado com Harry, Hilary ficou entre Olly e Melissa.
- Melissa, estávamos falando sobre vozes potentes, é até uma ironia você chegar agora. - Olly falou, sorrindo.
- Eu?! Por quê?
- Eu vi os vídeos do campeonato de música da sua escola. Você tem uma ótima voz, já pensou em seguir carreira?
- Obrigada. Eu já pensei milhares de vezes, mas acho que não é para mim.
- Você canta mesmo muito bem, se mudar de ideia em relação à ser cantora, me liga e eu amarei fazer um dueto com você. - Ellie falou e a Melissa sorriu.
- Com prazer.
- Ellie e Melissa numa música só. É melhor eu ficar surdo logo. - Dougie brincou e a Melissa deu um tapa nele.
- Admitir que a namorada é melhor não doi, querido. - Ellie mostrou a língua para ele.
- Pois eu admito, minha namorada tem uma voz sensacional. - Harry falou e ganhou um beijo na bochecha.
- Minha namorada é melhor que todos vocês juntos. - Olly falou.
- É mesmo. Não, pera... que namorada? - Dougie o zoou.
- Não gosto de ser vela. Pelo menos, não estou sozinho. - Olly fez drama e abraçou a Hilary, pelo ombro.
- Cara, se até o Styles que é o Styles se aquietou com uma namorada... - Dougie brincou.
- Mas me diz, em que outro lugar eu vou achar uma Melissa? Tem como encomendar? A menina é bonita, canta bem, vai bem na escola... não tem assim em toda esquina. Além de que eu preciso de alguém da minha idade.
- Olha, se não foi sorte o que eu tive, eu não sei o que foi. - Harry falou e beijou a cabeça da Melissa.
- Vocês vão me deixar metida. - Melissa reclamou.
- Mais? - Dougie brincou.
- Dougie só zoando os outros, acha isso bonito? - Olly perguntou.
- Meleca, sua amiga não fala? - Dougie perguntou e a Hilary riu fraco.
- Meleca?! Tenho tanto apelido e você prefere criar um feio? E ela fala, mas provavelmente está em conflito interno por estar abraçada com o Olly.
- Então quer dizer que eu causo perda de voz nas mulheres? - Olly sorriu.
- Você sabe, tem gosto para tudo. - Harry zoou.
- Eu só não achei meu momento para falar, apesar de que eu esteja em conflito interno. - Hilary falou.
- Ela tem voz! - Ellie brincou.
- Eu sou o crush de uma menina gata. Obrigado, Deus.
- Pedofilia é crime, Murs. - Ellie brincou.
- Ela tem 15 anos, solta minha protegida. - Melissa falou e puxou Hilary de Olly.
- Estava bom demais para ser verdade. - Murs reclamou.
- Agora é a hora que eu conto que a Hilary namora. - Harry falou, com um sorriso maldoso.
- Para que partir meu coração? - Olly dramatizou e colocou a mão no coração.
- Com uma mulher. - Hilary adicionou e Olly limpou falsas lágrimas.
- Eu estava apaixonado.
- Harry, a Cara está aqui? - Dougie perguntou. - Estou com saudades dela.
- Você sabe que a Cara é arroz de festa. - Harry respondeu e Melissa olhou rapidamente em volta, procurando a Delevingne.
- Vamos procurá-la, El? - Dougie chamou Ellie e ambos foram procurar Cara Delevingne.
- Sua irmã está aqui, Harry? Saudades dela. - Olly falou.
- Está sim, da última vez que a vi, estava com o Niall e a namorada dele.
- Ótimo, preciso conhecer a namorada do Niall. - Olly falou. - Me acompanha, Hilary?
Os dois foram falar com Jenna, Niall e Gemma, deixando Melissa e Harry sozinhos.
- Antes que você pergunte, - Harry começou. - eu não convidei a Cara, mas ela é mesmo muito arroz de festa e veio com a amiga dela.
Melissa estreitou os olhos.
- Sério. Pode relaxar. Agora é sua vez, o que estava fazendo com o Chris, mocinha?
- Não tinha nenhuma mesa disponível, eu até ia embora, mas o Chris estava lá e insistiu para que eu ficasse com ele.
- Ele insistiu para quê? - Harry perguntou, num tom mais alto, e Melissa revirou os olhos.
- Ele insistiu para que eu ficasse na mesma mesa que ele. Aí ele pediu desculpas e tal...
- E você aceitou.
- Eu estava muito feliz com a notícia que tive antes, ele pediu na melhor hora.
- Que notícia?
- Harry, você é muito lesado. Sobre os testes, eu estava feliz por isso.
- Ahhhhhh, isso! - Harry sorriu e abraçou Melissa. - Cara, foi um puta alívio.
- Foi mesmo. - Melissa soltou o Harry. - Agora, vamos falar com alguém legal.
- Você já está falando comigo. - o ego do Harry se pronunciou e Melissa riu.
Melissa olhou em volta, para alguns rostos conhecidos e desconhecidos.
- Harry, por que tem tanta modelo aqui?
- Elas estão dentro da minha rede de amizade.
Melissa revirou os olhos.
- Você revira tanto os olhos que eles vão sair de órbita. - Harry reclamou.
- Mimimi. - Melissa falou e puxou Harry para uma rodinha com as integrantes da banda The Saturdays.
Após algum tempo, Melissa sentiu a costumeira queimação no estômago e foi para a cozinha, beber água. Lá, encontrou Cara Delevingne, bebendo água.
- Licença. - Melissa falou, sorrindo educada, para que Cara saísse da frente do armário de copos.
Cara deu licença e ficou apoiada na mesa, olhando Melissa e todos os seus movimentos.
Melissa começou a beber água, de costas para Cara.
- Sabe, você é bonita, alta, educada, tem um corpo legal, mas eu ainda me pergunto, por que o Harry prefere ficar com você? Digo, eu tenho o dobro de beleza, sou menor, sei ser educada, sou uma modelo de longa data. Não tem motivos para ele preferir ficar com você.
Melissa sorriu e virou para Cara.
- Ah, você não entende, Cara. Você é mesmo tudo isso que falou, porém não é o que importa. O que importa é o que eu sou por dentro, não como eu sou aparentemente.
- Você acha que é melhor que eu? Me desculpe, você não é. Em nada. O Harry ainda não percebeu isso, mas quando ele perceber, você não terá nem mais um segundo desse conto de fadas ridículo.
- Você não entende!
- Não. Quem não entende é você. É bom mesmo você ter essa insegurança que eu sei que você tem, porque quando minha hora chegar, eu não vou bobear. Fica preparada, anjinho, o Harry já ficou comigo uma vez, com um estalar eu o ganho novamente.
Melissa ficou sem palavras e Cara sorriu, logo saindo da cozinha. Melanie, uma das empregadas do Harry, se aproximou de Melissa.
- Dona Melissa, tudo bem? Não ligue para o que ela falou, a senhorita e o senhor Harry ainda tem muita coisa pela frente.
- Obrigada, Melanie. Eu preciso lhe pedir um favor: não comente sobre isso com o Harry, certo?
- A senhorita não acha que ele deveria saber?
- Não, isso é o nosso segredinho. Por favor.
- Ok. Sem problemas.

[...]

- Quando chegar no 1, você tem que fazer um desejo para o próximo ano. - Harry falou, à Melissa, no jardim coberto, com todos os convidados.
Os dois se abraçaram de lado e a contagem regressiva para o próximo ano começou.
- Um! - todos gritaram.
Melissa pensou em como quer um ano pacífico e Harry pensou no quanto quer trabalhar e ser feliz, mas seus pensamentos foram interrompidos por um impulso maior e os dois se beijaram, deixando bem claro que, na realidade, o que mais querem para o próximo ano é amor.

Acabou :( meu Deus, acabou...
Eu estive tão envolvida em MTF por mais de um ano e é louco ver o quanto vocês me apoiaram!! Muito obrigada por tudo, sem vocês essa fanfic nem sequer existiria. Eu estou sem palavras. Foi um final calmo e ameno, então não me matem por não ter sido como esperavam. Desculpem a demora para esse capítulo, mas bom, um capítulo de ano novo não tinha data melhor para ser postado! Obrigada, obrigada, obrigada, EU AMO VOCÊS!!!

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

More Than Friends - 99º Capítulo + Melissa's POV



- Harry! Você aqui! - uma mulher disse, fazendo-nos virar para ela.
Ao olhar pela primeira vez, achei-a muito bonita, ao prestar atenção, percebi que era a Delevingne.
- Cara, oi. - Harry disse animado e os dois se abraçaram. Juro que eu não joguei pedra na cruz!
- Melissa, certo? - ela perguntou, com um olhar meio voraz.
- Sim, muito prazer. - sorri, fraco.
- Está lotado aqui e eu estou sozinha, mas consegui uma mesa, se quiserem ficar comigo, será um favor.
- Obrigada, mas... - eu dizia, mas o meu querido namorado me interrompeu:
- Nós adoraríamos.
A última palavra não precisa ser dele! Mas seria feio contestar ali, no meio de tanta gente.
A mesa era ótima para três. Não posso dizer o mesmo da companhia.
Harry e Cara começaram a conversar, esquecendo da minha existência. Ah, mas a batata dele já assou tanto que está até queimando.
Mesmo sendo muito sem-noção, que tipo de gente fica batendo papo com a ex e esquece da namorada? Dezenove anos e ele ainda não entendeu que mulher gosta de atenção? Ainda mais do namorado. Porque não bastava Ben Winston para me fazer sentir corna, tem que ter uma mulher também.
Cansada de ser ignorada, levantei, mas antes que pudesse me distanciar, o Harry segurou meu braço.
- Aonde você vai? - ele perguntou, autoritário demais para o meu gosto.
- No bar. - respondi e soltei meu braço.
Fui até o bar e sentei em uma cadeira alta. Não tem nada melhor que essas cadeiras!
Pedi água com gás e fiquei brincando com o copo, por um tempo indeterminado. Quando meu tédio atingiu o ápice, eu peguei meu celular e entrei no Whatsapp. Só para variar, Nathan estava online, mas eu não quis atingí-lo com meu mau-humor, ele não merecia.
Guardei meu celular e pedi um shot de vodka.
Após cinco shots eu levantei determinada, fui até a mesa que os dois estavam e falei, séria e cínica:
- Desculpa interromper. Harry, pra mim já deu aqui, você me acompanha?
Para bom entendedor, meia palavra basta.
Ele levantou, se despediu da amiguinha COM UM BEIJO NO ROSTO e me seguiu até o carro. Após entrarmos, ele perguntou com a sobrancelha arqueada:
- Você bebeu?
Deu a partida no carro e virou para frente.
- Sim. Eu que bebo e você que faz merda.
- Ahn? Do que você está falando?
- Do que eu estou falando?! Você tem perda de memória recente? Porque esse é o único motivo para você não saber do que estamos falando.
- Eu não faço a menor ideia do que você está falando.
- Não se faça de sonso, Harry. Você sabe muito bem que eu estou falando da sua amiguinha. Estava escrito na testa dela que ela quer ficar com você e você faz o quê? Prefere dar atenção àquela vaca!
- Melissa, eu não vou nem perder meu tempo discutindo contigo, ainda mais bêbada. E, por favor, qual a necessidade de chamar a Cara de vaca? - agora o meu nível de irritação atingiu seu máximo.
- Agora você vai defender ela? É isso mesmo? A vadia só soube dar em cima de você e você aceitou, me deixando de lado. Não contente com isso, você defende ela também. Vai lá ficar com ela já que é assim.
- Pelo menos, ela não bebe e fica falando besteira. - murmurou, achando que eu não escutaria.
- É assim mesmo? Beleza. Você está certo. Ela é uma lady, não é? A santa Cara Delevingne. Ela nunca diria isso.
- Melissa, para de levar tudo que eu digo ao pé da letra. Que saco.
- Ah, desculpa. A Cara não faria isso, como eu sou mal-educada. Vou ficar calada agora, juro.
Peguei meu celular e meu fone de ouvido. Coloquei The Wanted para tocar no último volume.

[...]

Retirei minha maquiagem, minha roupa e saí do banheiro apenas de lingerie, frustrada.
A minha manhã foi sensacional: ganhei um cachorro, o Apolo, o Harry adorou seu presente, um CD do AC/DC, nos beijamos, etc. O período da tarde foi melhor ainda: fomos para Cambridge, andamos à cavalo, rimos, brincamos, corremos e até caímos.
O dia tinha tudo para ser perfeito até aquela oxigenada aparecer. Mas eu me recuso à terminar a noite assim. Já que estamos brigados por uma besteira dele, eu preciso sair vitoriosa em algum ponto dessa história.
- Eu estou muito irritada com você, mas levante daí e faça algo! - exclamei, irritada com o Harry, que já estava deitado, olhando o teto.
- Fazer o quê? - perguntou, ingênuo, me olhando de cima a baixo.
- Você queria saber mais sobre às minhas fantasias sexuais. Levante e vamos para a cozinha.
Harry me olhou como se eu fosse maluca e talvez eu seja mesmo, mas eu quero sexo e, bom, eu tenho um namorado. É só unir o útil ao agradável.
- Agora! - apressei-o e ele levantou em segundos.

[...]

Não é todo dia que se acorda seminua no escritório do seu namorado.
Apesar do tapete ser confortável, senti fortes dores ao me mexer. Dor de cabeça, dor na perna, no quadril. Realmente, estou acabada.
O Harry ainda estava dormindo serenamente.
Levantei e andei rapidamente para o quarto do Harry, para não ser vista por suas empregadas.
Coloquei uma calça jeans e uma camisa grande, ambas do Harry. Calcei meus tênis, peguei meu celular, verifiquei o horário - 10:27 - e desci.
Encontrei com Jane, perto da porta, e ela tomou um susto ao me ver.
- Bom dia, senhorita.
- Só Melissa, por favor. Bom dia.
- Pensei que a casa estivesse vazia.
- O Harry está no escritório. Ele pediu um café reforçado. Tadinho, não aguenta muita coisa, se é que me entende. Bom, eu tenho que ir agora. Até mais, Jane.
Imagino o Harry sendo acordado seminu no escritório, por sua empregada que provavelmente acha que ele é impotente. Pena que não vou ver essa cena.
No caminho até o ponto de ônibus, havia uma farmácia. Fiquei tentada a parar lá e comprar o bendito do teste de gravidez, mas o medo falou mais alto e eu continuei reto.
O ônibus não demorou para passar, mas estava cheio, o que me rendeu alguns minutos em pé até chegar na outra casa do Harry. Andei rapidamente do ponto até a casa e toquei a campainha inúmeras vezes. A porta sempre fica aberta, isso só pode significar complô contra minha pessoa.
Após cerca de um minuto, Louis abriu a porta com a maior cara de "vou dar um tiro na sua testa".
- Ninguém merece, viu. - reclamou. - Harry não está, pensamos que ele estivesse com você.
- Ele estava. Eu só vim buscar o Apolo.
- Ah, a pestezinha fofa. Olha, ele responde chamados. - Louis disse e gritou o nome do cachorro.
Apolo latiu e apareceu em segundos. Me viu e ficou pulando na minha perna. Peguei-o no colo e o abracei.
- A peste e a pestezinha. Vocês ficam fofos juntos.
- Obrigada, eu acho. Tchau, Louis, tenha um bom dia.
- É fácil desejar um bom dia após tirar a paz da pessoa enquanto ela assiste Downton Abbey. Certas coisas nem Deus perdoa, Mikaelson.
Revirei os olhos, dei um beijo em sua bochecha e fui embora.
Minha super caminhada até o ponto de táxi foi interrompida por Nicholas que abriu a porta de sua casa e gritou meu nome ao me ver. Se aproximou correndo de um jeito calmo e relaxado. Por que meninos correndo despreocupadamente ficam tão bonitos?
- Bom dia, Nick.
- Bom dia. Está indo para casa?
- Sim.
- Tem almoço lá?
- E você pergunta pra mim? Vou ligar para a Hilary.
Liguei para a Hilary, ela falou que não havia cozinhado e eu falei para ela convidar a Jennifer, para cozinharmos.
- Vou chamar o motorista, espera aí. - Nicholas disse e voltou para sua casa.
Segundos depois, sua garagem foi aberta e seu Volvo saiu, sendo dirigido por seu motorista.
Nicholas saiu pela porta da frente e correu até o carro. Eu esperei o carro parar ao meu lado.
Entrei e sentei ao lado do Nicholas.
- Casa da Mel, por favor. - Nick pediu ao seu motorista. - Como é o nome dele? - Nick perguntou, tirando Apolo dos meus braços.
- Apolo. Ele é muito fofo, não é?
- É seu?
- Ganhei de Natal, do Harry.
- Já estão na fase de dividir animais de estimação?
- Não, ele é só meu, não o divido com ninguém.
- É o que você pensa. A partir do momento que ele teve a ideia de te dar um cachorro, vocês chegaram nessa fase.
- E se estivermos nessa fase? Qual é o problema?
- É adiantado. Alguns casais com dez anos de namoro não dividem animais.
- Nick, não enche. Sabemos o que estamos fazendo.
- Bom mesmo. Já fez o teste?
- Nicholas, pelo amor de Deus, tem tanto assunto no mundo. Como vai o seu dia?
Ele riu fraco e colaborou com a mudança de assunto.
Chegamos rapidamente no apartamento e Jennifer já estava lá, na sala com a Hilary. Após nos cumprimentarmos, eu apresentei Apolo à Jennifer e Hilary. Ele pulou do meu colo e ficou nos rodeando.
- O que vamos cozinhar? - Jennifer perguntou, animada.
- Eu estava pensando em filé de peixe assado. Eu sei fazer. - Hilary respondeu.
- Tudo o que eu pedi à Deus. Uma pessoa que sabe cozinhar morando comigo. Obrigado, Senhor. - dramatizei.
- Finalmente uma luz na vida da Melissa. - Nick brincou.
- Do que precisa para essa receita? - Jennifer perguntou.
- Peixe, batata, tomate, pimentão, cebola, alcaparra e alho.
- E quais condimentos você usa? - perguntei.
- Geralmente, só cheiro verde, coentro, sal e azeite. Arroz e salada para acompanhar, certo?
- Ótimo. Que peixe você usa? - Nicholas perguntou.
- Saint Peter.
- Agora devo acrescentar que precisaremos ir ao mercado. - falei.
- Ah, é, Mel... meus pais cortaram minha mesada, então eu vou procurar por um emprego, no entanto eu não tenho dinheiro...
- Xiu! Falei que vamos ao mercado, não que vou extorquir você. - pisquei para ela e ela sorriu, tímida. - Para isso temos o Nicholas. - sussurrei e o Nicholas deu um peteleco leve na minha orelha.
- Aprenda com Melissa Mikaelson como deixar Nicholas DeCavanaugh pobre. - ele falou e eu sorri.
- Eu vou tomar um banho e trocar de roupa. Ficar menos Harry e mais Melissa. Já volto, não se movam.
Tomei um banho rápido e fui para o quarto. Fechei a porta e me arrumei rapidamente. Saí do quarto e nós fomos ao mercado andando, preferi deixar Apolo em casa.
- Mel, você já conhece o 5 Seconds of Summer, para que usar um casaco deles? - Nick implicou, ao deixarmos o prédio.
- Uma vez fã, sempre fã.
- Anda falando com o Chris, Mel? - Jennifer perguntou.
- Falei com ele ontem, mas ainda não o desculpei.
- "Ainda"?! Você pretende o desculpar? - Nick perguntou, levemente irritado.
- Eu vi ele ontem à tarde, no Starbucks, com a Kaley. - Jennifer disse e eu revirei os olhos.
- Eles se... - eu estava falando, mas como sempre, fui interrompida. Só que dessa vez, por uma garota menor e mais nova que eu, que veio correndo na minha direção e me abraçou, me fazendo perder o fôlego.
- Melissa! - ela exclamava sem parar e começou a chorar.
Eu a abracei de volta e acariciei seus cabelos.
- Se acalma, se acalma.
- Você pode - soluçou. - tirar uma - soluçou. - foto comigo - soluçou. -, por favor?
- Claro, meu anjo. Cade o seu celular?
- Não está comigo. - disse e riu, entre o choro.
- Não tem problema, tiramos com o meu.
Abracei a menina por trás e sorri, assim como ela. Jennifer tirou a foto. Eu postei no Twitter e a marquei.
- Você pode dizer ao Harry que eu o amo mais que tudo, por favor? - ela estava tremendo.
- Olha, eu não costumo dizer ao meu namorado que garotas bonitas o amam, mas acho que posso fazer um sacrifício. - brinquei e ela sorriu.
- Obrigada. Você é demais. Eu te amo. Nunca se separe do Harry, ele precisa de você na vida dele. Todos precisam. - ela sorriu e eu retribuí. - Vocês são sortudos por ter ela como amiga. Agora eu preciso ir. Amo você, Mel, tchau.
E a menina foi embora correndo.
- Isso foi muito fofo. - Hil disse.
- Awn, minha amiguinha famosinha. - Nick disse e apertou minhas bochechas.
- Para, cacete. - reclamei e estapeei suas mãos.
- É sempre assim? Elas te param na rua? - Hil perguntou.
- Bastante, mas não incomodam.
Continuamos o caminho conversando sobre as fãs do Harry. Demoramos apenas três minutos para chegar no mercado, onde Jennifer pegou um carrinho.
- Nickizinho é forte e gostoso, mas não vai levar todas as sacolas sozinho não, então não exagerem. - Nick disse e nós rimos.
Pegamos todos os ingredientes necessários para a receita, além de chocolates, danones, refrigerantes e sorvetes. Nicholas pagou tudo e nós colocamos as compras na sacola. No total, deram 18 sacolas.
- Eu voto no Nicholas para levar tudo. - falei.
- Eu voto na Melissa para ficar quieta. - Nick disse e recebeu um tapa no braço.
Pegamos as sacolas. Eu, Jennifer e Hilary levamos quatro e Nicholas levou seis. Voltamos para o apartamento e colocamos tudo na mesa da cozinha. Apolo veio nos cumprimentar, serelepe como sempre.
- Eu vou sentar aqui e observar vocês cozinharem. - o Nick disse, puxando a cadeira.
- Sonha. - Jennifer falou e riu.
- Se vocês foram machistas o suficiente para me fazer carregar mais sacolas, serei machista o suficiente para não cozinhar.
- Nicholas, você é a razão do nosso viver. O que seria de nós sem você? O que você acha que vai dar essa receita se não tivermos a sua nobre ajuda? - Jennifer exagerou.
- Adoro ver minha namorada falando para um cara que ele é a razão do viver dela. - Hilary brincou.
- Te trocando por outra mulher. Eu ficaria arrasada. - zoei o Nicholas e ele apertou minha cintura, o que refletiu em um grito fraco da minha parte. - Sério, não aperta, tá doendo.
- Uma noite com o Harry e fica destruída. - Jennifer riu.
- Falando nele, por que não veio? - Hilary perguntou.
- Deixem o Harry lá, pelo amor de Deus. Vamos fazer esse peixe logo, estou ficando com fome.
- Tá... que tal você cortar a cebola, a J cortar o pimentão, o Nicholas cortar o tomate e eu ficar com a batata?
- Ótimo. - Jennifer concluiu.
- Eu não sei cortar tomate. Não sei nem usar uma faca decentemente.
- Filhinho de papai é foda, viu. Vem cá, eu te ensino. - falei e revirei os olhos.
Puxei-o em direção à pia, peguei uma faca e um tomate e demonstrei como se faz.
Terminamos a receita entre brincadeiras, tapas, jatos de água na cara, fotos e beijos - da parte da Jennifer e da Hilary. No exato momento que a receita ficou pronta, a campainha tocou.
- Esse povo que fareja comida. Ninguém merece. - Jennifer brincou e o Nick foi abrir a porta.
Assim que ele abriu, Jenna e Niall entraram sem nem pedir permissão.
- A comida tá pronta? - Jenna perguntou e passou a mão na barriga.
- E como você sabia? - Jennifer perguntou.
- Qualquer um que segue a Melissa veria.
- Eu não postei nada.
- Mas alguém chamado Nicholas postou no seu Instagram. Ele postou 500 fotos dele, da preparação da comida, de vocês. - a Jenna falou e o Nick sorriu, sapeca.
- Nicholas, você me paga. - falei, apontando para ele.
- Mas gente, que menina vingativa!
- Então a peste já veio para cá? - Jenna disse e pegou Apolo no colo.
- Eu vou arrumar a mesa. Tragam a comida. - Jennifer disse e foi para a sala com uma toalha de mesa.
Levamos a comida, os talheres, os pratos, os copos e os guardanapos para a mesa, e sentamos diante do almoço.
- Preciso tirar foto disso e fazer inveja na Louise que ousou dizer que não presto para nada. - Nick disse e nós rimos.
- Eu tiro a foto. - Niall se pronunciou pela primeira vez.
- Se você disser que fez a comida, Horan, nós vamos te esfolar vivo. - Hil disse, já se enturmando.
- Eita, calma. Só vou dizer ao mundo como minha cunhadinha e seus amigos cozinham bem.
Niall tirou a foto e postou com a legenda:

@NiallOfficial: prestes a comer o melhor almoço de todos os tempos (desculpa, mãe), feito por @Mel_Mikaelson @JenniferSts @NickDeCavanaugh e @HilCollins!!! Estou famintooo

- Tudo isso por um almoço. Nem parece que é rico. - Jennifer brincou.
- Vamos comer. - Hilary disse e nós servimos nossos pratos.
- Você come primeiro. - Nicholas falou para Hilary.
- Eu começo. A fome é tanta que eu nem vou perceber se estiver ruim. - Niall falou e deu a primeira garfada.
Esperamos ele terminar a sua lenta mastigação, repleta de expressões.
- Está ma-ra-vi-lho-so. - Niall separou as sílabas e nós rimos.
Comemos, lentamente, entre brincadeiras e ficamos enrolando na mesa.
- Eu voto na Jenna e no Niall para lavarem a louça. - Nick falou e nós concordamos.
- Eu acho que vocês deveriam lavar a louça, para completar o trabalho já iniciado. - Niall sugeriu.
- Vamos pela democracia. Eu voto na Jenna e no Niall. - falei.
- Jenna e Niall. - Hilary repetiu.
- Niall e Jenna. - Nick falou.
- Jenniall. - Jenny simplificou.
- É, acho que vocês perderam. - sorri.
- Tá, mas deixa a gente descansar um pouco. - Jenna pediu.
A campainha tocou e nossa ótima disposição não se pronunciou, ao contrário de Apolo que foi correndo até a porta e ficou latindo.
- Eu vou. - Jennifer disse e revirou os olhos.
Ela foi até lá, escutamos a porta sendo fechada e, segundos depois, ela apareceu com o Harry ao seu lado, segurando Apolo no colo.
Ele sorriu, tímido, ao ver tanta gente.
- Só faltava você, cunhado. - Jenna sorriu.
- Agora sou oficialmente vela. - Nicholas reclamou.
- Harry, eu até te ofereceria almoço, mas a casa não é minha e o Niall comeu tudo. - Jennifer falou.
- Obrigado, eu já almocei. Mel, eu posso falar com você? - perguntou, tenso.
- Sim. No quarto é melhor. - falei e levantei.
- No quarto é melhor, né safada? - Jenna perguntou e eu a ignorei.
Harry entregou Apolo ao Niall, fomos para o meu quarto e eu fechei a porta. Fiquei encostada na porta, esperando seu pedido de desculpas.
- Se você puder ser mais rápido. - falei.
- Você ainda está nervosa comigo?
- Por que não estaria?
- Depois da última noite, pensei que estivéssemos bem.
- Pensou errado.
- Por que você não respondeu minhas mensagens?
- Porque eu tinha coisas mais importantes a fazer.
- Melissa, vamos conversar decentemente, por favor.
- Você vai pedir desculpas?
- Pelo quê?
- Ah, você só pode estar de brincadeira.
- Você acha que eu devo pedir desculpas por ser educado e não deixar as pessoas sozinhas?
- Ser educado e não deixar as pessoas sozinhas?! Faça-me o favor. Enquanto você estava sendo educado com aquela vaca, eu estava sozinha. Não fale o que não sabe.
- Você é quem não sabe o que está falando. Você não estava sozinha e só não conversou por causa desse seu ciuminho besta.
- Meu ciuminho besta?! - ri, cínica. - Você é parâmetro para alguma coisa? Me desculpa se eu amo meu namorado e tenho ciúme dele com uma pessoa que é melhor que eu em tudo.
- Ela não é melhor que você em nada. - ele se aproximou e tocou o meu rosto. - E é você quem eu amo.
- Você fica dizendo que me ama, mas na primeira oportunidade que tem, me esquece e só dá atenção para a sua ex-namorada.
- Isso não é verdade. Você não se entrosou no assunto, não me culpe por isso.
- Culpo, sim. Quando você está comigo com pessoas do meu convívio, a primeira coisa que eu faço é te entrosar, mas você me deixou de lado. Qualquer um poderia dizer quem parecia ser sua namorada.
- Quem é minha namorada? Continua sendo você, certo? Certo.
- Eu venho me perguntando o mesmo. Às vezes acho que não sou eu.
- Você está insinuando que eu não deixo claro meu amor por você? Melissa, nenhuma outra eu levei para conhecer a rainha, para nenhuma outra eu fiz uma festa como aquela. Eu sento na mesma mesa e converso com uma banda rival à minha, só para te fazer feliz. Eu nunca te abandonei nos seus momentos difíceis, em nenhum deles. Quando você me ligou de madrugada para vir aqui, por causa dos seus pais; quando você quase ficou paraplégica; nas milhares de vezes que você desmaiou; quando você ficou um dia inteiro chorando, por um motivo que eu não sei até hoje. Eu estive com você até quando você estava com medo de ficar sozinha. Acho que você precisa rever seus conceitos de amor.
Tá, essa me deixou sem palavras.
- Toma essas merdas e vê se faz esse teste logo. - ele falou e jogou quatro testes de gravidez de farmácia na minha cama. - Licença. - pediu, claramente irritado, e eu saí da frente da porta.
Ele foi embora e eu só consegui escutar a porta da frente anunciando sua saída.
Guardei os testes na primeira gaveta da minha escrivaninha e voltei para a sala. Quando eu cheguei, todos me encararam.
- Que é? - perguntei.
- Vocês brigaram? - Jennifer perguntou, invasiva.
- Não está claro? - perguntei.
- Eu não deixaria ele ir embora nesse estado. - Niall falou e eu arregalei os olhos.
- Mas que merda, hein! - reclamei e saí rapidamente de casa.
Desci as escadas no maior pique e corri para a garagem, o portão estava sendo aberto e o carro do Harry estava esperando. Corri até lá, abri a porta do carona e entrei.
Quando fui falar, perdi o ar e comecei a respirar forte. Meu pulmão começou a arder, mas o fato da janela aberta me ajudou bastante e eu consegui meu ar de volta.
- Estaciona de novo, por favor. - falei para Harry, que esteve me observando esse tempo todo.
Ele fez o que eu pedi e eu sentei de frente para ele.
- Eu não podia deixar você sair nesse estado de nervosismo. - suspirei. - Me desculpe por insinuar que você não me ama. O problema é a minha insegurança, sabemos disso, e eu vou fazer o que for possível para não deixar que ela estrague nosso relacionamento.
- Certo. É só isso?
- Harry, não venha se fazer de difícil. Você errou primeiro e eu acho, sim, que você deu mais atenção à Cara, mas aqui estou eu me redimindo. Se você não puder aceitar meu pedido de desculpas, tudo bem, eu não vou ficar me humilhando.
Coloquei uma mão na tranca e abri a porta, coloquei a perna para fora, mas Harry segurou meu braço, o olhei e suas narinas estavam infladas. Esse é um sinal de irritação dele.
- Diga o que quiser de mim, mas nunca - suspirou. - nunca duvide do amor que eu sinto por você.
Soltou meu braço e eu coloquei minha perna dentro do carro, fechei a porta e o beijei. Esqueci as brigas e os xingamentos e foquei na presença dele.
- Vamos esquecer tudo isso. Não houve Plox, não houve Cara, não houve briga. - ele disse entre os beijos e eu concordei.
Continuamos nos beijando, mas paramos antes de chegar no próximo estágio e fazer coisas inapropriadas em um carro e sem proteção.
- Vamos subir? - perguntei a ele, que aceitou.
Entramos no elevador e ele me abraçou, de lado. Quando a porta estava fechando, a idosa que havia me pegado com o David outra vez, entrou. Ela olhou para o Harry, arregalou os olhos, provavelmente pensando que eu sou uma puta, e balançou a cabeça negativamente.
Ela desceu no segundo andar e o Harry perguntou para mim o que ela tinha.
- Nada, não. - dei de ombros.
Entramos na casa e vimos Jenna e Niall virados para a pia, lavando a louça, cantando Shower e balançando a bunda de modo ritmado, com Apolo rodeando-os. Eles não notaram nossa presença, então peguei meu celular, gravei um vídeo dos dois e postei no Vine.

@Mel_Mikaelson: Alguém tem que colocar esse povo para trabalhar!! Muito bom, casal!!

Nós dois fomos para a sala e eu sentei no canto do sofá, Harry sentou entre eu e a Hilary. Nós cinco estávamos no mesmo sofá. Dobrei minhas pernas e coloquei na perna do Harry.
- Qual a nossa necessidade de ficar tudo junto e apertado? - Nick reclamou.
- Hoje, eu almocei no restaurante do seu pai. - Harry falou, para o Nick.
- Qual deles? - eu, Nick e Jennifer perguntamos ao mesmo tempo e rimos.
- No Heaven.
- Esse é o meu favorito. - Hilary falou.
- O fígado de boi daquele restaurante. - o Harry disse e suspirou, ao lembrar.
- Nada supera a costela de porco do Blue. - a Jennifer falou.
- Até a limonada no Blue é divina. - falei.
- Obrigado por me deixarem rico, eu amo vocês. - Nick disse e nós rimos.
- Os restaurantes do seu pai são tão caros que eu só vou quando sei que ele tá lá, aí ele me reconhece e eu como de graça. - Jennifer contou e nós rimos.
- Nunca tinha pensado nisso. Boa ideia. O pai do Nick me ama mesmo. - falei.
- Todo mundo te ama, coisa ruim. Sério, tá para nascer algum pai ou mãe que não goste de você. - a Jennifer falou e eu sorri.
- A mãe do Chris não gosta de mim. A mãe do Harry também não.
- O quê? Minha mãe te ama. - o Harry falou e eu arqueei a sobrancelha, o olhando. - Tá, talvez ela tenha falado umas coisas comigo que não pareçam muito amigáveis, mas eu tenho certeza que... espera, como você sabe disso? - ele perguntou e eu dei de ombros. Nem a pau eu falo que escutei atrás da porta.
- Eu só sei.
- Ela não falou com você nada disso, né? Você sabe que pode me contar se brigar com qualquer pessoa da minha família, não é?
- Ela não falou nada e eu não estou brigando com ninguém. Eu só sei.
- Mulheres me irritam. Elas "só sabem". Não dá nem para aprontar que elas descobrem sozinhas. - Hilary falou.
- Hilary, querida, você é uma mulher. - enfatizei o "é". - E você é homossexual. Se não gosta de mulher, vira hétero, ué.
- Já tentei. Tem um menino da minha sala que me odeia, porque na hora H eu chamei ele de Jennifer. - ela falou e nós rimos.
- Eu ficaria muito irritado se uma mina me chamasse com nome de mulher durante a relação. - Nicholas disse.
- Isso fere o orgulho de qualquer homem. - Harry completou.
- Vou chamar o Harry de Hilary na próxima vez. - brinquei.
- Eu entendo que a Hilary é bonita e tal, mas eu ainda vou ficar magoado.
- A Hilary é bonita e tal? - eu e a Jennifer perguntamos junto.
- A Hilary é gostosa. - Harry disse e levou dois tapas no braço. Um meu e outro da Jennifer.
- Melissa, vai satisfazer seu namorado. - Jennifer reclamou.
- Meu namorado vai ficar sem se satisfazer após dizer isso.
- Seu namorado tem uma mão. Ele pode se satisfazer sozinho. - Nick o defendeu.
- Ele tem uma mão, eu tenho... quer que eu liste? Acho que não.
- É, devo confessar que minha mão não chega nem aos pés da Melissa. - o Harry disse e eu joguei meus cabelos.
- Agora vamos mudar de assunto, porque o Harry já tá excitado e o Nick também vai ficar daqui a pouco. - Jennifer falou na cara de pau e o Harry puxou mais minha perna cobrindo seus países baixos.
- Para de olhar para a ereção dos outros, menina. - Harry reclamou.
- Homens chegam a ser patéticos de tão sensíveis que são. - Hilary falou.
- Não gosta de mulher, não gosta de homem. Gosta do quê, guria? - Nicholas perguntou.
- Da Jennifer. - a Hilary deu de ombros e as duas começaram a se comer, praticamente.
- Muito fofo, muito lindo, mas parem. - Nick reclamou e sentou entre as duas.
- Vai ficar aqui hoje? - perguntei ao Harry e entrelacei minha mão na sua.
- Você quer que eu fique? - ele perguntou, sorrindo.
- Não preciso responder.
- Eu não entendo como vocês ficaram tanto tempo como amigos. Não tem como olhar para vocês e dizer que um dia não foram um casal. - Hilary falou e eu sorri.
- Quando eles não eram um casal, eles pareciam um casal. - Nick falou.
- Vocês sempre foram um casal, só não sabiam disso ainda. - Jennifer falou.
Peguei o controle da televisão e zapeei até deixar no Discovery Home & Health, onde passava Cake Boss.
- Eu adoro esse programa. - a Hilary disse, olhando para a televisão.
- Eu morro de vontade de comer o bolo dele. - a Jennifer falou.
- Olha, gente, os bolos dele não são tudo isso. É mais visual mesmo. - o Nick disse.
- É, os bolos são muito pesados. - Harry adicionou.
- Não gosto de conversar com fresco por causa disso. - falei.
- Não é nossa culpa se você, que é a única americana aqui, nunca tenha comido um bolo lá. - Nick deu de ombros.
- Também sou americana e nem por isso como qualquer bolo que encontro na esquina. - Jennifer falou e deu um peteleco na cabeça do Nick.
- Não, você é brasileira. E não é qualquer bolo de esquina, é o Buddy Valastro. - Nick disse e eu o olhei, com os olhos semicerrados.
- Por que o Brasil não fica na América, né? - zoei-o.
- Mas eu tô falando da América do Norte, Canadá e Estados Unidos.
- Eu estou com vergonha de dizer que conheço isso. - Jennifer falou e eu assenti.
- O que é agora? - Nicholas perguntou, pronto para ser zoado.
- Nicholas, América do Norte não é só Canadá e Estados Unidos. - a Hilary respondeu.
- É, sim. - Harry contrariou.
- Claro que não... - fui interrompida antes eu concluir minha fala:
- Vai me dizer que Honduras, Guatemala e Belize também são da América do Norte? - Nicholas ironizou.
- Não, cacete. América do Norte é Estados Unidos, Canadá e México.
- Ah, é, verdade. A que só tem Canadá e Estados Unidos foi dividido por colonização, né? - Harry perguntou, confuso.
- Isso, América Anglo-Saxônica. - Jennifer respondeu.
- O que importa é que eu passei de ano... - Nicholas estava dizendo, mas eu o interrompi:
- Graças às colas passadas por Melissa Mikaelson e David Heins. Acho que mereço almoço grátis no Blue pelo resto da minha vida.
- Eu até falaria com meu pai, mas você come demais e me levaria a falência. Como eu dizia, o que importa é que eu passei de ano e já visitei dois terços desses países. Ano que vem completo com Brasil e Peru. Beijos aos haters.
- Desagradável. - tossi falsamente.
Jenna e Niall vieram da cozinha. Niall se enfiou num lugar inexistente entre eu e Harry, e Jenna sentou na minha frente, pois fiquei com as pernas abertas para que ela se encaixasse. Apolo apareceu e pulou na Hilary.
- Eu ia sugerir Verdade ou Desafio, mas lembrei que Halissa já é algo concreto. - Jenna falou.
- Meu cérebro não está carregando, comi demais. - Nicholas falou.
- Seu cérebro nunca está carregando. - brinquei.
- Melissa, vai se foder.
Passamos o resto da tarde fazendo o que fazemos de melhor: nada.

Demorei uma eternidade, eu sei. Me desculpem, me desculpem, me desculpem. O capítulo está uma merda e a fanfic não passa mais de um ou dois capítulos. Estou sem tempo para escrever agora com as férias, até pq meu computador deu a louca e eu só consigo escrever pelo celular!!!

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

More Than Friends - 98º Capítulo + Melissa's POV

Talvez ainda estivesse sonhando ao sentir algo esquisito e úmido no meu rosto. Minha bochecha parecia estar alagando e eu percebi um movimento ritmado nela.
Levantei meu braço até meu rosto e passei a mão, sentindo algo melado.
- Muito bonito, parceiro, mas a garota ainda é minha. - escutei Harry dizer próximo a mim.
- Ciúmes até dessa peste, Harry? - Gemma disse e espirrou.
- Ela acordou ou não? - Hilary perguntou.
- Mel? - Matt perguntou.
- Oi. - respondi rouco e baixo, sem abrir os olhos.
- Abre os olhos, guria. - Gemma disse e eu fiz esforço para sentar.
Minha cabeça parecia explodir, contudo comecei a abrir meus olhos que demoraram para se acostumar com a luminosidade.
- Feliz Natal. - Harry disse e colocou uma coisa meio dourada na cama.
Fechei os olhos novamente e abri-os, tentando eliminar a visão embaçada.
- Não consigo enxergar nada. - falei e fechei os olhos novamente.
- Tá tudo bem com você? - Matt perguntou.
Quando abri os olhos novamente, enxergava perfeitamente. Ou quase isso.
A coisa dourada, na verdade, era um cachorro serelepe que estava correndo em círculos em cima da cama.
- Que fofo! - exclamei e o peguei no colo. - Qual o nome dele?
- Bom, é seu então você escolhe. - Harry disse sorrindo.
- Meu?! Eu não sei nomear nada.
- Você nomeou até o seu celular. - Gemma disse.
- Você é muito fofinho, sabia? - perguntei usando uma voz forçada com o meu pequeno no colo e ele abanou o pequeno rabo cheio de pelo.
Ele soltou um latido fino.
- O que você acha de Apolo? É um nome lindo igual você. - sorri e ele abanou o rabo ainda mais. - Então você é o meu Apolo. - abracei-o.
- Alguém está perdendo a namorada para o cachorro. - Matt brincou.
- Qual é a idade dele?
- Três meses. - Harry respondeu.
- Raça?
- Spitz Alemão, popularmente conhecido como Lulu da Pomerânia.
- Trabalho feito aqui. Bom dia, pombinhos. - Gemma sorriu e se retirou com Hilary e Matt.
- Gostou? - Harry perguntou sorrindo.
- É a criaturinha mais fofa de todos os tempos.
Levantei e o Apolo ficou pulando ao meu redor.
- Vai se acostumando, ele não cansa nunca. - Harry disse e eu ri.
Fui até o banheiro e antes que pudesse fechar a porta, Apolo já estava lá dentro, apoiado na alça da gaveta, balançando o rabo.
- Meu amorzinho, você não pode ficar aqui. - falei com a voz afetada.
- Esse cachorro para obedecer ordens é como Napoleão para conquistar a Inglaterra.
- Qual a relação? E por que vocês britânicos sempre falam de Napoleão nas comparações? Vocês são britânicos!
- Sei lá. Só sei que esse cachorro para obedecer ordens e Napoleão para conquistar a Inglaterra são coisas impossíveis de acontecer.
Ri fraco e peguei Apolo no colo.
- Você vai ficar com ele.
Entreguei-o a Harry e o cachorro fez um som parecido com um lamento por ter saído dos meus braços.
- Ele não é tão ruim assim. - falei, sorrindo. - Cuida bem do meu amor. - falei e sorri pela ambiguidade.
Voltei para o banheiro, fiz minha higiene matinal e tomei um banho rápido.
Passei pelo quarto para ir até o closet e Harry estava de frente para seu notebook, na cama.
- Cade o Apolo?
- Daisy e Phoebe roubaram.
Sorri; eles devem estar virando a casa de cabeça para baixo.
Entrei no closet e peguei uma calça jeans escura do Harry, uma regata branca minha, um casaco bege da GAP e meu All Star branco que eu não via a um bom tempo.
Voltei ao quarto e o Harry estava do mesmo jeito, vidrado na tela do eletrônico.
- Amor - chamei-o, tentando atrair sua atenção. -, vamos descer?
- Pode ir na frente, vou levar alguns minutos.
- Vamos agora. Você tem que abrir seu presente.
- Espera um pouco, linda.
- Tudo bem. Então eu já vou, estive pensando e achei melhor tomar café com o Chris. - falei propositalmente.
- Ok. - Harry disse, desligado. - Espera, o quê?
Fechou o computador para fazer contato visual.
- Você apela demais.
Levantou e veio em minha direção, consequentemente, na direção da porta.
- Você acha? - perguntei, sonsa, e ele balançou a cabeça negativamente. Puxou minha cintura para si e me beijou.
Entrelacei meus braços em seu pescoço.
Seu desejo estava claro nos beijos; ele queria mais que isso. Entretanto, eu ainda não vou ceder.
Deixei-o brincar um pouco mais, puxões aqui, mordidas lá, chupadas acolá. Quando ele estava para retirar meu casaco, eu fui parando.
- Vamos descer. - segurei sua mão e o puxei comigo.
- Isso é tortura.
- Não seja tão reclamão.
Descemos e apenas o Louis e a Els estavam na sala, assistiam Skins, deitados abraçados no sofá.
Eu e Harry fomos até a árvore de Natal, agora praticamente vazia e pegamos nossos presentes.
Ganhei uma caneca fofa da Gem; um blusão de Hogwarts, da Els; um kit com CD + DVD do One Direction, do Louis e sua tentativa falha de me fazer preferir 1D a The Wanted; um pijama fofíssimo e curtíssimo da Johannah; uma Polaroid da Anne e do Robin; uma capinha amável de Percy Jackson, das irmãs do Louis; os quatro livros de Maze Runner, do Des e da Erin.
Harry verificou também seus presentes, deixando o meu por último. O filho da mãe só fez isso para me deixar ansiosa.
- Agora o seu. - sorriu.
Ele desembrulhou o papel de presente de veludo preto, revelando um dos primeiros CDs do AC/DC, High Voltage, que ele deixou escapar uma vez que não conseguia achar.
- Você só pode estar de brincadeira! - exclamou, analisando os mínimos detalhes do CD. - Onde conseguiu isso?
Foi difícil, mas a internet me salvou. Veio da Rússia, demorou apenas duas semanas para chegar.
Em resposta, pisquei para ele.
- Cara, você é demais! - ele me puxou para um abraço de urso.
Tradução: fui esmagada.
- Você vai matar a guria assim, Styles. - Travis disse, surgindo do nada.
Harry me soltou e segurou meu rosto entre suas mãos.
- Você é demais. - sussurrou e iniciamos um beijo de esquimó.
- Menos pegação aí, vamos respeitar essa casa de família. - Kyle disse, também surgindo do nada.

[...]

- O que vamos fazer em Cambridge? - Harry perguntava insistente enquanto dirigia na estrada deserta.
- É surpresa!
- O que tem lá?
- Muitas coisas.
- Respostas objetivas, por favor! Eu mereço, após ter que aguentar aquele Chris. - passamos cerca de duas horas com o Chris, para ele demitir todos os seguranças, por telefone, e mudar seu chip.
- Você vai ser recompensado hoje.
Meu celular tocou, Taylor.

LIGAÇÃO ON
- Boa tarde, minha flor. - cantou.
- Eita, a noite foi boa. - brinquei.
- Vai te catar! Mas não só a noite foi boa, a manhã também. Seu irmão é sensacional.
- Sem detalhes. - pedi. - Você tá com ele ainda?
- Não, estou fazendo minhas malas, Mississipi me espera.
- E vocês?
- Foi só curtição mesmo. Nada sério.
- Ah, eu esqueci de agradecer! Amei meu presente de aniversário.
- Quê?
- Amei meu presente de aniversário.
- Eu não estou escutando. Onde você está?
- Indo para... - a chamada caiu antes que eu terminasse e meu celular se encontrava totalmente sem sinal.
LIGAÇÃO OFF

- Quem era?
- Taylor. Feliz da vida.
- Por quê?
- Não te contei? Ela e o Peter ficaram. Mais de uma vez.
- Nossa, que bola de neve.
- Por quê?
- Taylor, minha ex, é sua amiga e ficou com o meu cunhado, que é ex da amiga da Sophia, que é namorada do Liam e irmã da sua amiga, que queria ficar comigo.
- Uau. Você nunca deve ter pensado tanto. - brinquei.
- Idiota. - riu.
Ficamos em silêncio e o Harry começou a cantarolar uma música desconhecida por mim.
- Que música é?
- A Little Bit Of Your Heart, mas vamos fingir que você não escutou. Eu compus para o novo álbum da Ariana Grande. - fiz careta.
- Imagina se vaza. - comentei, rindo.
- Melissa! - Harry me repreendeu.
- Não está mais aqui quem falou.
- Estou com fome.
- Não faz nem duas horas que comemos.
- Não? Pois parece que eu comi há umas 20 horas.
- Exagerada sou eu. - ironizei. - A gente almoça em Cambridge.
Ficamos em silêncio novamente.
- Meu Deus! - Harry exclamou repentinamente. - Eu entendi! É claro!
- Entendeu o quê, meu amor? - perguntei, paciente.
- A piada do Justin!
Não me aguentei e tive um ataque de risos. Sem dúvidas, meu namorado é a pessoa mais lerda de todos os tempos.
- Como os neurônios de uma loira morrem? De solidão! - Harry refletiu e riu.
Peguei meu celular, aproveitando que tinha sinal e entrei no Twitter.

@Mel_Mikaelson: @jtimberlake @jessicabiel ele finalmente entendeu a piada. Sim, só agora.

Segundos depois, a Jessica respondeu:

@jessicabiel: @Mel_Mikaelson @jtimberlake eu sabia que ele tinha salvação! Parabéns, @Harry_Styles!

Retweetei, rindo.
- Já está me zoando, né?
- Não podia perder a oportunidade.
Ele riu fraco e colocou uma de suas mãos na minha perna.
- Harry, acelera. - pedi.
- Quê?
- Acelera. Nessa velocidade chegaremos em Cambridge só amanhã e olhe lá.
Acelerou um pouco.
- Ora você manda acelerar, ora manda reduzir. Se decida, mulher!
- Agora apenas acelere.
- Quando estivermos em Londres e você reclamar pedindo que eu reduza vou te ignorar. - revirei os olhos, mas não dei continuidade ao assunto.
- Amor, quando sua turnê começa? - perguntei e o clima mudou de descontraído para tenso.
- Vinte e cinco de abril.
- Legal. Vocês vão começar pela América do Sul, não é? - perguntei, tentando descontrair novamente.
- Sim, começaremos na Colômbia. Depois, Peru, Chile, Argentina, Uruguai e Brasil.
- Ansioso?
- Bastante. Nunca fui para a América do Sul.
- E depois você vem para a Europa?
- Sim. A primeira parte da turnê acaba dia 11 de maio, temos uma folga de uma semana e meia e os shows da Europa começam.
- Depois América do Norte e acabou?
- Sim, dia 5 de outubro.
- Vai ser uma turnê longa, não é?
- É, vai ser numa dimensão bem maior que as anteriores.
- Vocês têm muitas fãs na América do Sul, não é?
- Sim, posso até dizer que a maioria. Tivemos que abrir um dia no Brasil.
- Nossa, que legal. Eu estava conversando com o Nick e provavelmente vamos para o Brasil em junho e julho.
- Sério? Para quê?
- Copa do Mundo. Queremos ir em dois jogos. No jogo de abertura e a final.
- Você gosta de futebol? - perguntou, incrédulo.
- Ah, qual é! Quem não gosta de futebol?
- Todas as mulheres que eu conheço?!
- Mentira, eu sei que o Niall também gosta de futebol. - zoei o Niall e Harry riu fraco.
- Há exceções. Não sabia que você era tão fã de futebol a ponto de ir duas vezes para o Brasil apenas para assistir dois jogos.
- É a Copa do Mundo! Sabe-se lá o que eu vou estar fazendo em 2018, 2014 parece ideal.
- É, parece. Só vão vocês dois?
- Provavelmente. A Louise detesta futebol, a Jenna não quer, eu ia te chamar, mas você estará em turnê. Das meninas da sala, poucas gostam de futebol e as que gostam não teriam permissão. Eu pedi para o Nick não chamar mais nenhum menino.
- Por quê?
- Você quer que tenha outro homem além do Nicholas?
- Não.
- Então pronto.
- Mas como vocês vão fazer? Vão ficar em hotéis? Já compraram os ingressos e as passagens.
- O Nicholas falou sobre um hotel em São Paulo e outro no Rio de Janeiro, mas agora não lembro. Os ingressos ainda não estão à venda, quando estiverem o Nicholas vai comprar. As passagens eu vou fechar com uma agência.
- E o seu irmão? O que disse?
- Nada demais.
- Ele deixou?
- Ah, ele falou que eu sou grande o suficiente para fazer o que eu quiser. Acho que você e o Niall contribuíram para que ele aceitasse que eu e a Jenna estamos crescendo.
- Por que você acha isso?
- Acho que por você e o Niall serem mais velhos, o Peter considera vocês responsáveis e acha que vocês nos ajudam a separar o que é bom e o que é mau.
- Que fardo. Basicamente se você fizer algo errado a culpa será minha?
- Não, a culpa ainda será minha. Você só me auxilia. Entender o Peter é complicado.
- E ele não gosta de futebol? Por que não vai?
- Ele gosta, mas não tá a fim de ir para outro continente só para ver um jogo. No caso, dois.
- Sei. E quem você acha que leva a taça esse ano?
- Brasil.
- Você é uma mal-agradecida. Os ingleses te receberam com muito amor e carinho, deveria torcer pela Inglaterra.
- Você perguntou quem eu acho que leva, não para quem estou torcendo.
- Para quem?
- Estados Unidos, claro, mas eles não têm chance. E você?
- Não sei. Futebol é neutro pra mim.
- Amor, assim parece que eu sou o homem da relação.
- E não é? - ri fraco.
- Idiota.
Passamos por uma placa indicando que havíamos chegado em Cambridge.
- Reduz, por favor.
- Reduz, acelera, reduz, acelera. - fez uma imitação péssima da minha voz.
- Você tem que entrar na próxima rua de terra.
- Melissa, você não vai me sequestrar, né? Porque rua de terra já é sacanagem.
- É, Harry, vou te sequestrar, por isso você está dirigindo. - revirei os olhos.
Harry entrou na estreita rua de terra.
- Mel, isso é alguma das suas fantasias sexuais? Transar na terra? - perguntou sério e eu só consegui rir.
- Harry, fica quieto, por favor. E vire na próxima à esquerda.
Harry obedeceu.
Havia um carro preto parado no lado esquerdo.
- Estaciona do lado desse carro.
- Sim, chefe.
- Como é obediente esse meu amor.
- É tão fofo você falar assim.
- Assim como? No imperativo?
- Não, quando você fala alguma coisa sarcástica ou metafórica e completa com "esse meu amor".
Descemos do carro e Harry me abraçou de lado.
Guiei-o até uma cerca alta de madeira e andamos ao seu lado até chegar no portão. Lá havia um arco grande dizendo "Grant Haras".
- Você me trouxe em um haras. O que vamos fazer aqui?
- Não sei, amor, dar comida às girafas talvez. - ironizei.
- Você tem um cavalo? - perguntou, surpreso, e eu assenti. - Você é muito rica! - revirei os olhos.
Yuri, o recepcionista de 18 anos, ficou maravilhado ao ver o Harry.
- Que isso não custe o meu emprego, mas eu poderia tirar uma foto com você?
Harry deu de ombros e o garoto pegou seu celular.
- Eu tiro. - falei e ele me entregou seu celular.
Bati a foto dos dois e entreguei o celular.
- Quanto tempo, Mel. Ficou famosa e esqueceu a Héstia.
- Não esqueci, estava louca para vê-la.
- Então vamos.
Eu e o Harry seguimos o Yuri, que nos deixou com a Héstia, perguntou se precisaríamos de ajuda e se retirou após eu negar.
- Você dá nome de deuses olímpicos para todos os animais? - Harry perguntou, acariciando Héstia.
- Eu só tenho dois, Harry. Mas já tive dois peixes, Poseidon e Zeus.
- Estou repensando se quero ter um filho com você.
- Ah, mas eu já estava pensando na nossa pequena Atena.
- Não era Isabelle?
- Isabelle Atena Mikaelson Styles.
- Fora de cogitação.
- Nós somos esquisitos. Digo, eu ainda tenho 17 anos e você tem 19, mas nós planejamos um futuro distante. Nós não sabemos o que pode acontecer amanhã ou, sei lá, em cinco anos.
- Falar sobre nomes de bebê pode não ser para um futuro tão distante diante da sua última dúvida.
- Você pode, por favor, não falar sobre isso? Só por hoje.
- Com prazer. Estava pensando que a gente poderia jantar na minha casa nova. E dormir lá.
- Você nem almoçou ainda, por Deus! E não vamos jantar na sua nova casa, mas dormir lá é uma boa ideia.
- Onde vamos jantar?
- Não vamos. Estive pensando... poderíamos ir para Dover e...
- Vamos fazer um tour pela Inglaterra? Cambridge e Dover no mesmo dia?! Não mesmo.
- Tão reclamão meu amor. - falei com uma voz melosa e apertando as bochechas dele. - Então que tal irmos na Plox e depois para sua casa?
- O que é Plox?
- Uma boate que inaugura hoje.
- Hm, pode ser. Vemos isso depois.
Dei uma volta com Héstia e levei Harry ao restaurante do haras. Lá comemos sem pressa. Na hora de pagar, Harry pegou sua carteira e eu segurei sua mão.
- Hoje é por minha conta. - eu disse.
- Não vou deixar você pagar.
- Não seja tão machista, amor. Hoje eu pago.
- Não sou machista, mas a história sempre foi essa. Homens devem pagar.
- Você está certo. A história sempre foi essa. Homens pagam. - eu disse e ele sorriu, vitorioso. - Uma pena que, segundo a "história", as mulheres não transavam antes do casamento. Infelizmente eu não segui isso, mas sabe, acho que posso começar com isso agora.
- Tudo bem. Já estou na seca mesmo. Esperar até o casamento não vai ser nada demais.
- Que bom que você concorda. Hoje eu estava pensando em usar a lingerie que a Jenna me deu, mas não faz mais sentido. Acho que vou jogar fora.
Após alguns segundos, ele disse:
- Se você me deixar na seca hoje de novo, eu vou ficar muito irritado.
- Isso só depende de você, meu amor.
Paguei a conta e voltamos ao estábulo.
Levamos Héstia para o ar livre, onde insisti para Harry montar e ele reclamou até o último minuto, mas subiu. Foi simplesmente uma das coisas mais engraçadas que eu já vi na minha vida! A todo momento que ele se mexia, dizia que estava com a bunda doendo, e Héstia começava a se movimentar mais rápido, fazendo-o se queixar.
Ficamos lá até começar a escurecer e Harry reclamar que não queria pegar a estrada à noite.
- Essa é a maior prova de amor que eu já dei para alguém! Vou ficar com a bunda doendo até 2030! - meu amorzinho reclamou mais quando estávamos na estrada e eu só consegui rir.
- Eu prometo que vou compensar.
Ele sorriu malicioso.
- É bom mesmo.
O celular dele começou a tocar no meu bolso e eu peguei, lendo "Pai" na tela.
- É o Des.
- Atende aí e põe no viva, por favor.
Aceitei a chamada e coloquei no viva-voz.
- Pai?! - Harry falou.
- Harry, onde você se meteu?
- No fim do mundo, mais conhecido como Cambridge.
- E o que você está fazendo em Cambridge? A Melissa sabe disso?
- A Melissa sabe, isso foi coisa dela. Fomos num haras, mas já estamos voltando.
- Haras?! Tem haras em Cambridge? - Des perguntou, interessado.
- Como ela acha essas coisas, eu não sei.
- Eu não achei nenhum haras nessa região. Onde fica?
- Muito complicado para dizer agora.
- Oh, menino educado, viu?! - Des debochou. - Anne, isso aqui é filho seu! - brincou.
- Pai, só uma dúvida básica: o senhor se interessa por cavalos desde quando mesmo? - Harry parecia curioso.
- Desde que eu fui em um haras em Neath.
- É cada uma. Aposto como ficou com a bunda doendo.
- Que papo é esse? Homem não fica com a bunda doendo, não. Agora se a sua bunda tá doendo, sei não, hein. A Melissa sabe disso? - Des zoou o Harry e eu ri alto.
- Eu não mereço isso, viu! Pai, vou desligar porque eu estou dirigindo. Até mais tarde.
- Até.

[...]

- Vai logo, cacete! - gritei, batendo na porta do banheiro do Harry. Nunca vi mais moça!
Ele já havia entrado no banheiro há uma hora e eu aqui pronta esperando.
Desci as escadas novamente, com Apolo nos meus braços, e sentei no sofá ao lado do Louis, que assistia Truque de Mestre, com a Els, a Gemma e o Matthew.
- Esperando o Harry? - Els perguntou.
- Eu falei que ele era a moça da relação. - Louis falou.
- O Harry é o único cara que deixa uma Melissa esperando. - Zayn disse entrando na sala, vindo da cozinha.
- Adoro como as pessoas brotam nessa casa. - falei.
Ao invés de parecer uma pessoa normal e sentar decentemente no sofá, Zayn se jogou e deitou no nosso colo.
- Porra, Zayn! - Louis reclamou. - Você é magro, mas não é leve, não.
Com a cabeça no meu colo, Zayn virou e mordeu minha perna.
- Zayn! Isso doeu! - reclamei.
- Se o Harry pegar você mordendo a mina dele, cabeças vão rolar. - Matt falou, rindo.
- E que seja a sua, Zayn! - Els disse.
- Vocês me amam muito mesmo. - Zayn sorriu.
- Você é insuportáveeeeeel. - Gemma reclamou.
- Sempre foi. - Louis disse.
- Zayn, por que o seu rosto está tão próximo das pernas da minha namorada? - Harry perguntou, descendo às escadas.
- Eu troquei você por ele que não me deixou esperando. - falei.
- Tá bem, hein? Trocar o Harry moça pelo Zayn mulher? - Louis brincou.
- Sem querer parecer parcial, mas pense bem, Melissa, o Harry demorou duas horas para se arrumar, o Zayn demoraria a tarde inteira. - Gemma defendeu seu irmão.
- Só fala isso porque é seu irmão. - Zayn reclamou.
- Se fosse por ser meu irmão eu diria "fica com o Zayn, ele não é lindo?". - Gemma disse.
- Vamos, Mel, essas pessoas só querem criar discórdia no nosso relacionamento. - Harry disse, estendendo a mão para me ajudar.
- Zayn, licença. - falei e ele não se mexeu. - Vai, Zayn, sai. - falei e ele me mostrou a língua, levantando a cabeça.
Levantei e ele pegou meu lugar em segundos.
- O problema era a Melissa. - Matt disse.
Eu e Harry saímos e ao entrarmos no carro, ele disse:
- Você está linda.
- Eu sei. - sorri e ele riu.
- Seu salto é muito bonito.
- Qual é?! Fale das minhas pernas, do meu decote, da minha maquiagem, do meu cabelo, mas do meu salto?
- Temos que variar às vezes. Você já sabe que é suficientemente gostosa para elogios.
- O que um cara não fala por uma transa.
- Não é só por uma transa, você sabe que é linda. Não venha bancar a insegura agora, dez segundos atrás você estava segura até demais.
- Não está mais aqui quem falou. Você pretende fazer...
Não pude terminar minha frase, porque meu celular começou a tocar na minha bolsa. Peguei-o, li o nome da Qetsyiah e atendi.

LIGAÇÃO ON
Morangooooo. - ouvi sua voz animada, num lugar barulhento.
- Amoraaaa. - às vezes nos chamávamos assim, por frutas aleatórias. - Onde você tá, mulher? Que barulho é esse?
- Esperando dar o horário do voo para Tailândia.
- Coma muito por mim lá.
- E volte rolando.
- Não precisa voltar rolando, hoje em dia está tudo mais tecnológico, você pode projetar alguma coisa para te carregar.
- Claro, mas olha, eu posso arranjar algum tailandês e tudo fica ótimo?
- Qetsy, você sabe que amor de verão não sobe a serra.
- Estamos no inverno...
- Qetsy, você sabe que amor de inverno não... tem um provérbio para isso?
- É, acho que não. Tá fazendo o que?
- Indo para a Plox.
- Hm, inauguração, né? Muito da elite essa menina!
- Falou a Qetsyiah que está indo para a Tailândia.
- Tailandeses são bonitos?
- Não sei, devem ser com toda a aura asiática deles.
- Tomara que sejam, eu pretendo dar alguns perdidos nos meus pais.
- Que feio, dona Qetsyiah. Sua religião permite isso?
- O que a religião não vê, a religião não sente.
- Quando foi que você ficou assim? É a convivência com o Thomas?
- Não venha me falar de Thomas.
- Ok.
- E você e o Harry, bem?
- Sim, sim.
- E você já resolveu aquele assunto? - eu sabia que ela se referia ao papo da gravidez.
- Ainda não.
- Você precisa ver isso logo.
- Eu sei. Eu confesso que estou retardando por medo. Pretendo ver amanhã ou depois, não sei.
- Contou para o Harry?
- Sim.
- E ele?
- Caiu. Literalmente. Se eu não estivesse apreensiva, teria dado risada.
- É, deve ter sido engraçado. Sabe quando você quer ir para um lugar, mas ao mesmo tempo não quer?
- Não me diga que não quer ir para a Tailândia.
- Quero estar lá, não quero ir para lá.
- Você é esquisita, mas eu te entendo.
- Obrigada. Eu vou comer. Divirta-se.
- Obrigada. Boa viagem, tchau.
LIGAÇÃO OFF

Encerrei a chamada e guardei o celular.
- Qetsyiah?! - Harry perguntou.
- Sim.
- Ela está bem?
- Sim, no aeroporto esperando o voo para a Tailândia.
- Legal. Hoje eu vi um tweet de uma menina reclamando que depois que começamos a namorar, você abandonou as redes sociais e nem foto nossa posta mais.
- Sério? Que fofa.
Peguei meu celular e entrei no Twitter.

@Mel_Mikaelson: gente, desculpa se eu não entro mais!! É tudo culpa do Harry!!!!!

Fui até a câmera do meu celular e sorri para a foto, o Harry deu tchau com a mão. Postei a foto sem legenda.
Fomos o resto do caminho conversando coisas leves e, em sua maioria, fúteis.
A fachada do local era enorme, com um logotipo de um P amarelo acima da grande porta preta. Havia uma fila enorme, mas entramos sem passar por ela, graças à fama do Harry.
Entramos no lugar escuro com luzes de neon e roxo.
- Harry! Você aqui!

Queeeem será? Desculpem a demora :( e desculpem o capítulo ser um porre :(. Gostaram de Steal My Girl?? <3333

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

More Than Friends - 97º Capítulo + Big + Melissa's POV



Acordei com beijos por toda a extensão do meu rosto. Só podia ser uma pessoa, então continuei paradinha.
- Sei que você acordou, amor, inspirou muito forte. - ele me conhece mesmo.
- Eu estou sonhando. - murmurei.
- Vamos conferir.
- Namorado perfeito?
- Confere. Eu acho.
- Amigos legais?
- Confere. Menos o Thomas.
- Irmão compreensivo?
- Confere. Mas eu acho que não deve extrapolar.
- Piquenique de café da manhã?
- Desculpa, acho que esse é um sonho.
Abri os olhos encontrando o Harry sentado ao meu lado, me encarando com seus olhos verdes.
- Que horas são? - perguntei e pigarreei, pois minha voz estava estranha.
- Duas e quinze da tarde.
- Ainda? Mereço dormir mais. - fechei os olhos novamente.
- Amor. - Harry disse manhoso.
- Quê?
- Estou ficando aflito. Estou te observando dormir faz tempo.
- Então deita aqui do meu lado e dorme também.
- Já dormi. Você também.
- Você dormiu mais que eu. - reclamei.
- Verdade. E obrigado. Ah, e desculpa. Pelas besteiras que eu falei.
- Pensei que fosse esquecer. - murmurei.
- Eu não esqueço declarações tão fácil assim.
- Foi uma declaração e tanto. Nunca me disseram tamanhas palavras.
- É como eu disse. Sai naturalmente com você. Eu só não consegui olhar para a minha mãe hoje de manhã.
- Imagine eu. Você fica difícil de lidar quando bebe.
- Combinamos até nisso.
- Não venha com romantismo agora. Você me acordou. E precisa se desculpar por uma coisa específica.
- Ok, me desculpa por ter dito "gostosa da Angelique", foi impensável.
- Vou pensar no teu caso.
- Eu fiz toda uma declaração e você se apegou nesse detalhe?
- Que horas são mesmo? - perguntei esquecendo o que ele disse anteriormente.
- Agora? Duas e vinte e cinco.
Contei até três mentalmente e levantei.
- Temos uma hora para abrir os presentes. E aí você me leva para o salão. - pisquei para ele.
- Salão?! Você não vai passar o dia todo no salão, né?
- O dia todo não. Só o tempo suficiente para fazer o cabelo, as unhas, depilação e massagem. Estou pensando em arrastar a Hilary comigo. Aliás, ela pode ir comigo pra sua casa à noite?
- Sim.
- Preciso de um banho.
- Posso te acompanhar?
- Pode trazer café da manhã pra mim. - pedi sorrindo.
- Mel. - ele choramingou.
Peguei minha toalha, um short curto, uma regata, minhas peças íntimas, e fui para o banheiro.

Saí do banheiro já pronta e encontrei a Hilary e a Jennifer na sala.
- Bom dia, aniversariante. - Jennifer falou e eu sorri.
- Boa tarde. O Harry já voltou?
- Quando saímos do quarto ele não estava na casa. - Hilary me respondeu e nesse instante a porta foi aberta.
Harry entrou com a mão esquerda cheia de sacolas e a direita com um porta-copos do Starbucks com três cafés.
Ele chegou na sala e entregou um café para mim, um segundo para a Jennifer e o terceiro para a Hilary. Fez o mesmo com as sacolas.
- Eu não curto café. - Jennifer reclamou.
- Eu não curto a Melissa com uma roupa curta desse jeito, mas a vida é assim, não?
- Após essa filosofia eu vou tomar o café.
- É café com leite com uma pitada de menta.
- E o meu? - Hilary perguntou após beber o seu.
- Acho que esse é chá, na verdade. Chá com leite e canela.
- É bom. Obrigada.
- Pra que tanto frufru? - perguntei ao concluir que tinha abacaxi no meu.
- Não sei. Não gostou?
- É bom. - dei de ombros.
Sentamos no chão, em roda, e comemos o que tinha nas sacolas: brownies, pretzels, cookies.
- Ok, agora quem quer me ajudar a abrir os presentes? - perguntei animada.
Todos me ignoraram.
- Ah, vamos lá. - praticamente puxei-os.
Ao chegarmos no quarto, guardei o colchão onde estava antes.
Minha primeira - segunda - reação foi olhar para meu criado-mudo.
Lá havia um porta-retrato em formato de coração vermelho com riscos brancos e uma letra M em cima, com um N embaixo. A foto era a que tiramos no carro, no dia do jantar com o The Wanted e logo abaixo do nosso rosto estava escrito "É a maneira como você brilha ♥" da música Glow In The Dark. Aquilo me fez sorrir.
- O cara quer mesmo me doar um par de chifres. - Harry disse olhando o presente de Nathan.
- Sem dúvidas. - Jennifer concluiu. - Harry Styles ou Nathan Sykes? O drama da burguesa.
- Não estou em drama algum. Não tem Harry ou Nathan. Tem Harry e Melissa casal e Nathan e Melissa amigos.
- Antes de vocês serem um casal, vocês foram o que? - Jennifer perguntou cínica. - Ele quer mudar essa realidade.
- Olha, eu nunca vi um homem deixar tão claro que quer pegar alguém de forma tão indireta. - Hilary comentou.
- Nada a ver, gente. Tenho que ligar para ele.
Peguei meu celular e liguei para o Nathan, que atendeu no segundo toque.

LIGAÇÃO ON
- Melissita?!
- Oie.
- Viu o presente? - perguntou ansioso.
- Eu amei. Sério.
- Mimimi. - Harry falou baixo e eu taquei um travesseiro nele. - Viram isso? Ela está dando preferência a ele. - Harry reclamou baixo para Hilary e Jenny.
- Que ótimo! Eu estava realmente preocupado de que não gostasse.
- Não tem como não gostar. É perfeito.
- Obrigado. Ah, que alívio! - Nate disse todo fofo.
- Eu que agradeço! Você me mima demais, cara, isso é problema.
- Eu levei ela pra conhecer a rainha Elizabeth e ele a mima demais? - Harry perguntou baixo e retoricamente.
- Encare isso como uma troca de favores.
- Troca? Não estou fazendo nada.
- Você está, acredite. - preferi não ir fundo naquele assunto, então disse:
- Já voltou para Londres?
- Não, vou passar o Natal com a minha mãe.
- Volta quando?
- Não sei. Na noite de ano novo, talvez. Por quê?
- Nada, curiosidade. Eu preciso desembrulhar meus presentes.
- Vai lá então. Beijo, tchau. - e encerrou a chamada.
LIGAÇÃO OFF

- O pior é que a Melissa não percebe que está dando esperança pro cara. - Jennifer disse e eu revirei os olhos.
- Ele acabou de sair de um relacionamento conturbado, só está carente. - expliquei.
- E precisa descontar a carência dele na minha namorada?
- Com um presente desse, se ele não gosta de você, ele é gay. - Hilary disse.
- O que vocês três podem entender sobre homem?
- Ahm... eu sou um?!
- Não é porque eu prefiro mulheres que não sei o que homens fazem quando querem algo. - Jennifer se explicou.
- Exatamente. - Hilary concordou.
- É o seguinte: me querendo o Nathan ou não, eu estou com esse cabeça de repolho. E eu amo ele.
- Emocionei. - Jennifer disse e limpou uma falsa lágrima.
- Vamos desembrulhar os presentes ou? - Hilary perguntou e começamos o trabalho.
Abri uma caixinha fofa, peluda, roxa, que informava que o presente era da Taylor e lá havia o novo perfume dela.
- O perfume nem lançou ainda! - Jennifer exclamou.
- Cara, que perfeito! Posso sentir o cheiro? - Hilary pediu e eu a entreguei o frasco, após sentir o cheiro adocicado que lembrava amora.
- Olha isso aqui! - Harry exclamou sorridente para uma lingerie preta com renda e o símbolo da Playboy balançando num tipo de chaveiro grudado na parte de baixo. - Presente da Jenna. Palmas para essa garota. E ainda vem com um bilhete "bitches go hard".
- Que vaca. - disse rindo.
- Justin Timberlake te deu um DVD de piadas do Jack Benny. - Jennifer disse olhando a capa do DVD.
Jack Benny era considerado o mestre do stand-up comedy inglês. O Justin sempre diz que o melhor stand-up é dos ingleses e eu discordo dizendo que os australianos são os caras. Pelo visto, ele quer me convencer.
- Seu irmão te deu uma trilogia, O Inferno de Gabriel. Parece bem pornô. - Hilary comentou olhando as capas.
- Eu tava louca pra ler! - sorri, pegando meus novos bebês.
- E eu que estava preocupado quando ela lia Paixão Sem Limites. - Harry brincou.
- Ele não sabe que você já leu 50 Tons de Cinza, né? - Jennifer perguntou rindo.
- Você já leu 50 Tons de Cinza? - Harry perguntou atordoado e eu ri.
- Vamos continuar com os presentes.

[...]

- Hil, você vem pro salão comigo.
- Eu?! Por quê?
- Porque sim. - finalizei sorrindo.
- E eu? Não quero aguentar meus pais na melação do Natal. - Jennifer reclamou e eu a olhei incrédula. Se ela soubesse o que eu daria para ter meus pais numa "melacão do Natal" ficaria surpresa.
- Vai demorar muito? Eu poderia esperar vocês no salão.
- Três horas no mínimo. Você não vai querer aquilo.
- Você vai no salão do shopping, né?!
- Sim.
Liguei para Gemma, que disse anteriormente que queria ir para o salão comigo no Natal, e dei o endereço a ela.
- Vamos? - perguntei.
- Você vai sair assim? - Harry perguntou incomodado com a minha roupa.
- Ou é assim ou eu saio pelada.
- Dá no mesmo.
- Harry, você é um saco, sabia?
Voltei para o quarto, coloquei uma calça legging e um casaco cinza qualquer. Pouca roupa seria mais fácil para poupar o trabalho da depiladora, mas com um namorado assim, não dá.
Descemos e Harry seguiu para a casa da Jennifer.
- Gente, olha! Um vendedor de algodão-doce! - Jennifer exclamou feliz.
- Não. - Harry negou.
- O Nathan pararia. - Jennifer disse e o Harry estacionou na hora.
- Isso não foi legal. - ele disse sério, visivelmente aborrecido.
- Ei, cunhadinho, relaxa. Eu ainda sou team Harry. - Jennifer tentou consertar a besteira que disse. - Merda. Ahm... eu te dou algodão-doce como pedido de desculpa. Vou trazer o azul para você. Vem me ajudar, Hil.
As duas saíram do carro e Harry me olhou.
- Eu gosto dela, mas isso... - Harry nem finalizou sua sentença.
Eu segurei seu rosto entre minhas mãos.
- Não importa o que dizem, Harry. O que vale aqui nesse relacionamento é o que nós dissermos, está bem? Pode ser Nathan Sykes, pode ser quem for, nunca vai conseguir tirar de mim o que sinto por você. Não importa se o Nathan pararia para comprar o algodão-doce, o que importa aqui são os nossos princípios, as nossas escolhas. A Jennifer ou quem mais falar algo assim, deixe que falem.
- Falar é fácil, como você acha que eu me sinto escutando isso?
- Não é agradável, eu sei. Mas tenha em mente uma coisa: eu escolhi você. Não o Nathan, não o Chris, não o Thomas, não a torcida do Manchester United, mas você!
Em resposta ele me beijou. Assim, sem aviso prévio.
Jenny e Hilary voltaram e nós interrompemos o beijo.
- Azul para o Harry e rosa para a Mel. - Hilary disse e entregou.
- Valeu. - agradeci.
- Segura pra mim, por favor. - Harry pediu e eu segurei seu algodão-doce.
Peguei um pedaço do dele.
- Ei!
- O azul é melhor! - protestei.
- Nem começa. - Harry reclamou.
- Já é costume. Sempre fazemos isso.
Esse assunto deu lugar à minha conversa com a Jennifer sobre o próximo ano.

[...]

Ao terminar no salão, Gemma pegou um táxi para a casa do Harry e eu e Hilary seguimos para o prédio.
- Demorou bem mais que o esperado. - reclamei e me joguei no sofá.
- Sim, foi cansativo e extasiante. - Hilary declarou.
- Daqui a pouco iremos para a casa do Harry, já sabe a roupa que vai usar? - perguntei.
- Casa do Harry?! Jantar lá?
- Sim, não pensou que ia passar o Natal sozinha, né?
- Pra ser sincera, pensei. Bom, já que é assim, é melhor eu ir tomar banho.
- Vai lá.
Ela se distanciou e eu liguei a televisão, deixando num canal que passava 2 Broke Girls.
Meu celular notificou uma mensagem e fui ver o que era.

De: Harry
Amor, só pra ter certeza, você não é alérgica à pelo ou pelúcia, né?

Isso me fez lembrar do fato da Gemma ter espirrado e coçado o nariz o tempo todo e quando a perguntei o que era, ela respondeu que era culpa da "peste do presente do Harry", mas fugiu logo do assunto.

Para: Harry
Não, por quê?

De: Harry
Nada. Você chega que horas?

Para: Harry
Não sei, que horas você sugere?

De: Harry
Se arruma e vem.

Para: Harry
Beleza.

Terminei de assistir o episódio de 2 Broke Girls e fui para o quarto. Após longos minutos de indecisão em relação à minha roupa, acabei por pegar um vestido claro e um salto branco. Separei alguns acessórios e entrei no banheiro logo após Hilary. Meu banho acabou sendo rápido, pois eu já havia tomado banho no salão para a massagem com rosas na banheira.
Quando estava pronta, após a maquiagem, chamei Hilary que estava no quarto. Ela saiu usando um vestido tomara-que-caia longo vermelho, com decote em V, um salto preto, um colar que tinha um trevo de quatro folhas dourado, brincos grandes, usava um batom vermelho e sua maquiagem era mais para o dourado. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo alto.
- Não vou para o mesmo lugar que você. Estou me sentindo ofuscada. - brinquei e ela riu.
- Exagerei mesmo, né? - perguntou se olhando no espelho do corredor.
- Você está ótima. Vamos?
Ela assentiu e nós descemos. Entreguei meu presente de Natal ao porteiro - o primeiro CD dos Beatles, que ele dizia não achar em lugar algum (achei na primeira loja que procurei) - e fomos para o ponto de táxi.
Minutos depois, toquei a campainha da casa de Harry e Louis, e Matthew - primo do Harry - abriu a porta rindo de algo que aconteceu anteriormente.
- Mel! Amiga da Mel! - ele nos cumprimentou elétrico e nos abraçou. Usava terno escuro, mas nada de gravata.
- Essa é Hilary e, Hilary, esse é o Matthew. - apresentei-os.
- Ou só Matt, para moças bonitas como você. - sorriu galanteador para Hilary e eu ri, ela também riu. Imagine a decepção do garoto quando descobrir que da fruta que ele gosta, ela chupa até o caroço.
- Podemos entrar, Só Matt? - Hilary brincou e Matt sorriu, nos dando passagem.
A sala estava apinhada de gente e havia garçons por todo lado. Todas as pessoas muito elegantes e eu murmurei para Hilary:
- Se eu me sentia ofuscada antes... - deixei a frase no ar e ela sorriu.
- Oi, gente. - Gemma nos cumprimentou.
- Cade o Harry? - perguntei olhando em volta.
- Eu estou ótima, obrigada por perguntar, querida. - Gemma respondeu cínica. - Lá em cima, ainda não está pronto.
- É uma moça mesmo. - revirei os olhos.
Gemma espirrou e eu estreitei meus olhos, desconfiada.
- Você é alérgica à pelúcia ou pelo? - perguntei.
- Sou. Isso está me matando.
- Boa noiteee. - Eleanor chegou e eu a apresentei a Hilary.
- Que felicidade é essa, Els? - Gemma perguntou e Eleanor sorriu.
- Como você pode ver aquele é o Louis. - Eleanor apontou discretamente. - E como você pode ver aquela é a mãe do Lou. - apontou novamente, mas para outro canto da sala. - E com a mãe do Lou está a minha mãe. Sorrindo.
- Sua mãe agora gosta do Louis? Estou perdida. - falei.
- Ela está começando a gostar, viu que ele vale a pena. Ela aceitou passar o Natal aqui, isso é aceitação suficiente.
- Sua mãe parece legal. - Gemma observou.
- Parece. - Eleanor lembrou.
- Vou ver se o Harry precisa de ajuda.
- Ajuda, sei. Não demore. - Gemma falou sorrindo.
Subi sem chamar atenção e ao chegar no quarto do Harry, parei escutando vozes.
- Mãe, sem chances da Katie morar comigo. Ela é legal e tal, mas eu não vou ficar sustentando uma garota de 17 anos.
- Não? Porque me parece exatamente o que acontece entre você e a Melissa.
- É diferente. E eu não a sustento.
- Você não precisa sustentar a Katie. Ela só precisa de um lugar para morar aqui em Londres e você sabe que a sua tia nunca deixaria-a morar sozinha.
- Que não deixe! Que ela fique em Manchester!
- Harry! Ela é sua prima, não é nenhum sacrifício. E a sua tia Liane nunca nos pede nada.
- Realmente, ela nunca pede, mas quando pede... porra! Mãe, da última vez ela pediu um carro!
- Porém ela te pagou, correto? Está tudo em dia. - houve uma pausa. - Harry, por favor. É o sonho da Katie estudar aqui em Londres e fazer o tal curso de fotografia.
- E o que eu tenho a ver com isso?
- Você precisa dar mais valor à sua família. Eu lembro daquela sua ideia maluca de querer que a Melissa morasse com você, mas a Katie que é da família você não quer.
- Mãe, eu dou valor à minha família, mas minha família só me explora.
- Sua família só te explora? Você gastou mais de 500 mil com a Melissa em uma semana em Los Angeles.
- Não. Fale. Da. Melissa. Desse. Jeito.
- Eu adoro a Melissa, adoro mesmo, mas tem algo errado aí.
Desisti de continuar escutando aquilo e desci novamente.
Meu humor já havia mudado totalmente e eu fui para um canto vazio da sala, longe dos grupos de pessoas conversando. Escorei na parede e peguei meu celular. De todas as pessoas online no Whatsapp, a que me veio inicialmente a cabeça foi o Nathan.

Mel: Você passa o dia inteiro no celular?
Nathan: Ih, olha só quem tá falando!
Mel: Dessa vez eu deixo me zoar, só porque fui eu que chamei.
Nathan: Haha não pretendo te zoar hoje, está de folga por causa do Natal. Mas e aí, onde tá e por que está no celular?
Mel: Casa do Harry. Você quer que eu pare de usar o celular? Ok, tchau.
Nathan: É muito marrenta, viu.
Mel: Você não deveria estar, sei lá, ajudando sua mãe nos preparativos do Natal, se arrumando ou coisa do tipo?
Nathan: Só você pode usar o celular no Natal?
Mel: Ainda não estamos no Natal. E hoje é meu aniversário, dá uma folga.
Nathan: E existe essa coisa? "Ah, hoje é meu aniversário, vou usar o celular o dia todo".
Mel: Só não mando ir catar coquinho porque estou com preguiça.
Nathan: Mas quem vai catar o coquinho sou eu, eu deveria estar com preguiça.
Mel: Mas eu sou a Melissa, filho. Preguiça é apelido.
Nathan: Realmente. Cade o Harry que não está te dando atenção?
Mel: Ele ainda não está pronto.
Nathan: E só tem ele aí? Melissa, é feio ser antissocial.
Mel: (Falou o Nathan). É que eu não tô no clima para o Natal.
Nathan: Por quê?
Mel: Só não estou.
Nathan: Tem que haver um motivo.
Mel: Tchau, Nate. Tenha um feliz Natal.

E silenciei o Whatsapp, para não notificar as mensagens do Nathan me enchendo. Em segundos, chegou uma notificação do Twitter.

@NathanTheWanted: para que responder decentemente, né @Mel_Mikaelson?

Apenas retweetei, mas não fiquei no Twitter. Fiquei encarando minha tela de bloqueio, uma foto minha com o Harry.
- Formamos um belo casal, não? - ele surgiu das cinzas, me assustando.
- De fato. - concordei.
Ele me abraçou pela cintura, me desencostando da parede e eu encostei meu rosto em seu peito.
- O que foi? Por que está aqui isolada?
- Não estou isolada, você está aqui comigo. - dei de ombros.
- Você entendeu. E me dê uma boa desculpa, você não é difícil de se relacionar.
- Sei lá, só não estou no clima de Natal ainda.
- E está em que clima? Porque é raro ver você isolada num canto ao invés de se relacionando com pessoas.
- Talvez seja um clima novo.
- Algo similar com clima árido?
- Não, pode ser mais para o desértico.
- Faz sentido. Quando muda?
- Não sei. - suspirei. - Podemos falar de outra coisa?
- Podemos. Você já falou com meus avós? Eles estão loucos para conhecer você.
- Ainda não, quem são?
Harry apontou e eles estavam com a Anne e, na boa, eu não estava bem o suficiente para conversar com ela.
- Nós falamos com eles depois. Podemos subir?
- Meu quarto está uma bagunça, você não vai querer entrar lá. - mentiu. Dá para saber pela sua entonação. - Mas o seu quarto está vazio. - assenti.
Fomos para o "meu" quarto e ele estava do modo que eu havia deixado, não mudou nadinha. Harry sentou na cama e eu deitei, com minha cabeça em seu colo. Ele acariciou meu cabelo.
- Você deveria estar lá embaixo. Com a sua família. - falei.
- Você me pediu para subir. Minha família sabe se virar.
- Assim como eu. Você deveria estar dando atenção para a sua família, é Natal.
- Não, é véspera de Natal. É seu aniversário e nosso aniversário de um mês. Eu deveria fazer exatamente o que estou fazendo.
Sentei para encará-lo.
- Harry, estou falando sério. Eu não quero privar você de momentos como esse com a sua família.
- Eu quero ficar aqui. Com você. - ele disse e eu suspirei pesado.
- Por favor. As pessoas precisam dar valor às coisas antes de perdê-las, amor.
- E aqui estou eu. Eu te amo e estou te dando valor. Pronto.
- Que saco, Harry! Não é disso que estou falando. Você entendeu! - elevei um pouco a voz. - Me desculpa, não quis gritar. É só... eu não posso privar você disso, me sinto péssima por estar fazendo isso.
- Você não está me privando de nada, Melissa. - suspirou. - Mas tudo bem, vou descer. Sei como isso de família é difícil para você. Vai ficar mais?
- Sim, diga que estou com um mal-estar. Não demorarei muito.
- Ok. - demos um selinho e ele deu um beijo na minha testa.
Saiu do quarto e eu deitei novamente, desta vez abraçada no travesseiro. Passados cinco minutos, a porta do quarto foi aberta, revelando Des.
Ele entrou e fechou a porta. Sentou ao meu lado e eu o olhei.
- Harry disse que você não está muito bem, vim checar.
- É mais emocional que físico.
Ele acariciou meus cabelos de modo paternal.
- Ele também me falou que você insistiu para que ele descesse. - disse, curioso, e eu suspirei.
- Eu estava me sentindo egoísta, privando-o da convivência com o resto da sua família.
- Você não é egoísta, Melissa, essa atitude é a prova disso. Qualquer pessoa egoísta não falaria para o Harry descer. - falou e eu sentei, para olhá-lo melhor.
- Na verdade, eu demorei muito para perceber que estava sendo egoísta. Eu sei como as pessoas são. Sempre demonstrando amor quando é tarde demais e eu não posso deixar isso acontecer com o Harry. Ele precisa dar atenção à sua família.
- Ele sabe o que faz, Mel.
- Aí é que está. Ninguém nunca sabe o que está fazendo. Ninguém tem uma ideia, nunca uma opção, mas várias. Várias porque sabem que podem estar incertos.
- Sempre com a resposta na ponta da língua.
- Eu aprendi a valorizar a família antes de tudo e não posso deixar que o Harry não valorize.
- O Harry valoriza a família, Mel, não se preocupe. Mas sei que não é só isso, o que mais te perturba? - eu, claramente, não vou contar pro meu sogro que a minha sogra acha que sou uma interesseira.
Dei de ombros.
- Ok, não precisa falar. Vamos descer? Ou você quer mesmo deixar seu namorado lá dando sopa?
- Melhor não. - sorri.
Descemos, de braços dados, e Harry estava com duas mulheres e Anne.
- Katie, Liane, essa é a minha nora, Melissa. - Des me apresentou e eu sorri.
- Harry falou tão bem de você! - Liane disse e me abraçou.
- Prazer. - Katie sorriu e eu retribuí.
- A Katie vai morar com o Harry no próximo ano. - Anne anunciou.
- Ela vai fazer um curso de fotografia profissional e estudar na North London High School também. - Harry explicou.
- Legal, vai para o terceiro ano? - disse, inexpressiva.
- Vou, sim. O Harry me falou que você estuda à noite, podemos estudar juntas. - Katie falou simpática. Ela parece tão fácil de se conviver.
- Você vai adorar a NLHS. - sorri.
- Lá em Manchester, a minha escola era muito chata, não via a hora de vir para cá.
- Você não falou que quer fazer jazz? A Melissa vai fazer. - Harry falou.
- Na verdade, eu vou fazer street dance. - sorri.
- Ué, você não tinha falado que ia fazer jazz?
- Sim, mas também falei que havia trocado pra street dance. - falei e lancei um olhar para ele que dizia "se você prestasse atenção no que eu falo".
- Amores - Gemma disse ao chegar e apoiar-se no Des e na Katie. -, a tia Mirna não vem.
- Graças à Deus! - Katie comemorou.
- Mulher mais mal-amada. - Harry reclamou.
- Crianças! Respeito com a tia de vocês. - Liane pediu.
- Desculpa, mas a Mirna nem eu aguento. - Des reclamou rindo.
Eles continuaram falando e eu fiquei ali só por ficar, abraçada ao Harry.
Horas foram passando e eu conheci todos os tios, primos e avós do Harry que ali estavam. Ficamos até com uma parte da família do Louis também.
- Estou começando a ficar preocupado, você está praticamente há horas sem falar. - Harry disse quando ficamos só nós dois no nosso mundinho fechado, na sala.
- Não se preocupe.
Foi só fechar a boca que uma queimação no estômago me invadiu, seguido de uma contração muito forte na barriga. Senti a bile subir, mas me segurei antes que pudesse vomitar. Perdi meus sentidos por alguns segundos e apoiei-me no Harry.
- Ei! O que aconteceu? Você está bem? - perguntou, preocupado, e eu suspirei, soltando-o.
Se isso que eu ando sentindo for mesmo gravidez, eu já posso cavar minha cova. Um filho? Agora? Nem nos meus piores pesadelos!
Mas por que raios eu tô pensando nisso? Deleta, deleta, deleta.
- É aquela dor novamente, né? Mel, por favor, você precisa procurar um médico!
- Não é "aquela dor", Harry, é só fome. - menti e dei de ombros.
- Então vem, vamos comer. - Harry me puxou para a cozinha, que estava abarrotada de cozinheiros.

[...]

- Antes de nos deliciarmos com essa ótima comida, temos que agradecer à Deus. - a vó materna do Harry disse e eu o olhei. Mexi a boca dizendo:
- Eu não sei essa oração.
- Quem não sabe essa oração? - Harry perguntou baixo, rindo.
- Eu não sou católica.
- Não?! E você só fala isso agora?
- Vocês dois! Respeitem. - Des disse.
- Desculpa. - eu e Harry dissemos juntos.
Eles terminaram a oração e a tia do Louis falou:
- Também temos que agradecê-lo individualmente.
Cada um na mesa, após a tia do Lou, começou a agradecer à Deus, pedir mais coisas e desculpar-se. Chegou na vez do Harry, e ele disse:
- Obrigado, Senhor, pela família que eu tenho, namorada, amigos e emprego. Amém.
Assim, rápido.
Demorei para continuar, então Erin, mulher do Des, perguntou:
- Melissa?
- Obrigada, Senhor, por tudo que eu tenho, de bom e ruim. E me desculpe caso eu não tenha sido uma boa pessoa ultimamente. - suspirei e senti o olhar do Harry sobre mim. - Por favor, cuide das pessoas que eu amo e guarde a alma dos meus pais. Amém.
Olhei para Harry e ele sorriu.
Após todas as preces se concluírem e as conversas voltarem, Harry perguntou:
- Que tipo de gente, mesmo ateu, não sabe rezar?
- Eu não sou ateia, frequento o centro espírita e lá nós não fazemos orações assim.
- Você é espírita?! Que legal! Você nunca me disse isso.
- Não, mas foi porque a gente não tocou no assunto.
- E porque você nunca vai?
- Eu vou só uma vez por mês. A gente pode comer agora?
- Como quiser, senhorita. - Harry respondeu sorrindo.

[...]

- Dorme aqui, vai. - Harry pediu, quando eu e Hilary nos despedimos. - Já está tarde, não é seguro vocês irem embora agora. Sem contar que você precisa estar aqui na hora de abrir os presentes, de manhã.
- Será uma grande desfeita se vocês duas forem embora. - Johannah se intrometeu, me abraçando de lado.
- Louis, sua mãe tá apelando aqui! - falei, alto, para ele escutar do outro lado da sala.
Já era mais de 01:00 e poucos ainda estavam na sala. Eu, Harry, Hilary, Katie, Angelique, Louis, Gemma, Matthew, Kyle e Travis, primos do Louis, e Johannah.
- Acha que eu aprendi com quem? - Louis perguntou sorrindo.
- Eu vou subir, se vocês não ficarem, vou ficar muito magoada.
A Jay deu um beijo em nossas bochechas e subiu.
- Eu também vou subir. - falei para o Harry.
- Ah, não! Espera aí. - Harry disse desesperado. - Gemma, vem comigo.
- Harry, por favor, não, eu vou morrer. - Gemma dramatizou.
- Por favor. - Harry suplicou e Gemma bufou.
Os dois subiram e eu me joguei no sofá, entre Kyle e Katie.
- Já está com sono, Hilary? Porque nós podemos assistir o filme que eu te falei. - Matt perguntou interessado.
- Ah, acho que já vou me deitar também, foi um dia cansativo.
- Cansativo hoje em dia significa passar o dia inteiro no salão. É cada uma. - Louis brincou.
- A Mel também teve um "dia cansativo" e ainda assim vai para o quarto com o Harry. - Kyle disse e recebeu um tapa na perna.
Angelique bufou, levantou e saiu da sala.
- O que deu nela? - Travis perguntou.
- Inveja. - Louis respondeu, dando de ombros.
- Qual é o rolo entre vocês duas? - Matt perguntou curioso.
- Deixa eu contar? Sempre me empolgo. - Louis disse entusiasmado.
- Também sempre me empolgo de lembrar que já fui corna. - disse irônica.
- Eita. Conta logo. - Kyle pediu.
- A Angel armou um plano para ficar com o Harry na frente da Mel. E ela nem sabia que eles namoravam...
- Mas se ela não sabia que eles namoravam, por que queria que a Mel soubesse que os dois ficaram? - Katie perguntou.
- Ela tinha certeza que a Mel gostava dele. Ela chamou o Harry para "conversar" à sós, no jardim, e o ingênuo foi. Ela agarrou ele e a Mel viu e, bom, só consegui ver porrada após isso.
- E você voltou com ele? Eu nunca mais olhava na cara dele. - Travis falou.
- Eu cogitei essa ideia, mas foi mais forte que eu. - dei de ombros.
- Pronto, amor. - Harry disse carinhoso ao voltar com Gemma.
- Eu não consigo imaginar ele te traindo. - Hilary disse e eu sorri.
- Nem eu. Ainda menos com a Angelique. - Matthew disse. - Que idiota.
- Que assunto desagradável. - Harry comentou.
Eu levantei e Hilary também. Subimos; Hilary ficou no meu quarto e eu e Harry fomos para o dele.
Começamos a nos beijar calmamente quando tranquei a porta. Harry pediu que eu tirasse o sapato alto e assim o fiz. Após uma sessão de beijos, eu o parei quando ele estava prestes a tirar meu vestido.
- Que foi? - ele perguntou me olhando nos olhos e eu cocei a nuca.
- Nós precisamos conversar.
- Não pode ser depois? É importante?
- É sério.
Eu não quero preocupar o Harry com o lance da gravidez, porque não sei se estou mesmo grávida, mas não consigo simplesmente ignorar isso. Se for verdade, bom, ele já está "preparado", se não for verdade eu vou até o Vaticano para agradecer à Deus, juro. Eu não quero mesmo estar grávida, não estamos preparados, somos muito novos e inexperientes. Vão achar que eu sou uma interesseira que deu o golpe da barriga. Aliás, minha própria sogra vai achar isso. E eu espero que o Harry não pense uma coisa dessas.
E também preciso falar sobre ele gastar demais comigo, isso realmente me deixou incomodada.
- É algo comigo? Fiz algo que você não gostou? - perguntou preocupado.
- É melhor você sentar.
Ele sentou na cadeira e eu sentei na cama, de frente para ele. Suspirei, pensando em como começar.
- Harry, eu só queria deixar claro que você não tem culpa de nada, nem eu. Na verdade, é algo que se pode encarar como irresponsabilidade de ambos. Eu sinto muito por isso, mas você será a primeira pessoa a saber se é verdade ou não.
- Do que você está falando? Estou ficando assustado. - deveria mesmo.
- Talvez... eu possa estar... é... você sabe, essas coisas acontecem. É... então... sabe...? - não consegui falar e ele arqueou a sobrancelha. Olha, se o Harry captasse as coisas rápido como o Nick eu estaria satisfeita.
- Você está dizendo nada com nada.
Suspirei e decidi dizer logo de uma vez por todas:
- Harryeupossoestargrávida.
- Quê? - ele não entendeu e alguém bateu na porta. - Espera aí.
Ele abriu a porta para seu pai, que entrou.
- Desculpa intrometer o momento de vocês, mas, Mel, tem um amigo seu aqui. Ele até se desculpou pela hora, mas disse que só vai embora quando falar com você. O garoto que perdeu a memória.
Eu e Harry nos entreolhamos; o que o Chris quer comigo essa hora? Ele também esqueceu que estamos brigados?
- Você pode deixar ele lá, acho que dormir no frio o faria acordar para a realidade. - Harry disse sem sentimentos.
- Harry! Que coisa horrível de se dizer. - disse. - Eu vou ver o que ele quer. - dei de ombros. - Vem comigo? - perguntei ao Harry e ele assentiu. - Empresta um casaco.
Pedi um casaco, mas o Harry entrou no closet e saiu com uma capa de inverno.
- Quando a Erin me chamar de ciumento, vou ligar para você, filho. - Des brincou.
Vesti a capa e eu e Harry descemos. Gemma e Matthew ainda estavam na sala, assistindo um filme. Passamos em silêncio e eles nem nos notaram. Saímos e Chris estava sentado no degrau, esperando.
Ao ouvir a porta bater, ele virou e levantou. Harry se postou atrás de mim.
- Mel, eu precisava falar com você.
- Vai logo, não tenho a madrugada inteira. - disse, impaciente e rude.
- Inicialmente, me desculpa. Eu sei que fui um babaca.
- De novo. Eu estou cansada disso, sabe, Chris? É sempre você, sempre fazendo coisas erradas e vindo se desculpar. E eu sempre aceitando. É um ciclo que agora está rompido. Você precisa aprender a lidar com suas palavras.
- Melissa, por favor. Você é a única pessoa em quem posso confiar. Eu não pretendo ser como antes, como todos dizem que eu era. Me dê a chance de mudar. Eu percebi que não posso confiar em ninguém além de você. Por favor, me ajuda. - não cede, não cede, não cede.
- É muito fácil, né, cara?! Você apronta todas as suas burradas e depois vem aqui achando que pode se desculpar assim. - Harry se intrometeu na conversa.
- Quando eu falar com você, te chamarei e não "Melissa". - Chris disse mal-educado.
- Christopher, se você veio até aqui para ser mal-educado com o Harry, pode ir embora.
Ele revirou os olhos.
- Ok, não me desculpe, mas me ajude. Olha só.
Ele desbloqueou seu celular e mexeu em algo, logo me entregando. Estava em sua caixa de mensagens.
- Você sabe quem são essas pessoas? - Chris perguntou e eu fui rolando a tela e lendo os nomes desconhecidos.
- Angelique?! - me assustei ao ler tal nome.
- Você sabe quem é? Eu não li as mensagens com ela.
Eu fui ler e tive certeza que era a Angelique, pois o assunto principal era eu e o Harry. Fui lendo a conversa e não conseguia acreditar naquilo. Eram coisas inimagináveis sobre terminar nosso namoro. O foco principal deles era o ciúme e estava dando certo, em partes.
- Isso é insano. - pensei alto.
Não li todas as mensagens com ela, contudo fui na última pessoa que o Chris havia conversado para saber de onde ele era. Me assustei mais ainda ao ler que um cara chamado Yuri era um segurança, designado para seguir-me.
- Você é um psicopata. - acusei, sem pensar.
- Por quê? - perguntou, confuso.
- Você contratou um segurança para me seguir. Você precisa de tratamento.
Chris havia contratado esse cara no ano que foi embora. Eu nunca percebi que havia alguém me seguindo.
- Por que eu faria isso?
- Porque você é louco.
Tentei me recompor, pois sei que tratando-o deste modo, só conseguirei mais Chris Maluco e isso é o que eu menos preciso.
- Chris, vamos fazer o seguinte: esse celular vai ficar comigo, mas amanhã nós vamos no shopping e você vai comprar um celular novo, com um número novo. Eu vou transferir apenas alguns contatos, mas não todos.
- Então você fez as pazes comigo? - perguntou, sorrindo de canto. Esse sorriso não!
- Não. - cedi.
- Tá bom, tudo bem. Vou embora, boa noite.
Virou e foi andando em direção ao ponto de táxi.
- Ele é mesmo psicopata. - Harry murmurou e eu revirei os olhos.
- Vamos entrar, está frio aqui. - reclamei e puxei-o.
Voltamos para o quarto, passando novamente por Gemma e Matthew que não demonstraram ter nos visto.
Me joguei na cama e o Harry entrou no banheiro. Fez sua higiene e se dirigiu para o closet.
- Então, o que você tinha falado aquela hora? - Harry perguntou alto, distraído. - Que eu não entendi. - disse, ainda sem sair do closet.
- Ah... é...
- Fala logo. - apressou, aparecendo novamente no quarto com sua roupa em mãos.
Desabotoou sua calça e a jogou para o lado.
- Eu... posso... estar... é... - mordi o lábio inferior enquanto Harry enfiava uma bermuda na perna esquerda. - Grávida.
Harry se atrapalhou ao escutar isso e acabou caindo, sem conseguir colocar sua bermuda. Levantou-se rapidamente, esquecendo que estava tentando colocar a bermuda ao deixá-la no chão e me encarou sério.
- É claro que você pode. Você é mulher. Eu sou homem. Tivemos relações sexuais. Mas tomamos cuidado, digo, eu usei camisinha, você, as pílulas... - ele dizia, desesperado, e eu esfreguei uma perna na outra, sentada. - Por favor, me diz que você não está grávida!
- Eu não posso afirmar nada, preciso fazer o teste.
- E por que você está com essa dúvida? - disse, sério, e sentou ao meu lado.
- Por causa dessas dores e também porque minha menstruação está atrasada.
- Mel, não podemos. - murmurou, atordoado.
- Eu sei que não. Eu não queria estar com essa dúvida.
- E se você estiver grávida, como vai ser?
- Nós continuaremos os mesmos. Eu não quero pensar em abortos.
- Não, nem eu. De modo algum, eu daria essa sugestão. Se formos mesmo ter um bebê, essa criança vai ser muito amada.
- Mas vamos ser positivos e desejar que não tenha nenhuma criança.
- Então era isso? Que te deixou desértica? - Harry perguntou, mais despreocupado.
- Em partes.
- Tem mais?
- Eu acho que você gasta demais comigo.
- Não vamos entrar nesse assunto. - disse, sério, e por mais que eu achasse mais seguro parar por ali, continuei:
- Não, é sério.
- Melissa, eu gasto com você porque eu quero.
- Acontece que esse dinheiro que você gasta comigo, você poderia, sei lá, doar para algum país da África.
- Eu já faço parte de muitas ONG's.
- Não é disso que estou falando.
- Mel - olhou nos meus olhos. -, esse assunto está encerrado.
Achei melhor parar, para o bem de ambos.
- Vem cá. - me chamou e abriu os braços.
Aproximei-me dele e abracei-o mais forte que pude.
- Você não achou que eu fosse rejeitar uma criança, não é? - perguntou, abafado, por causa do meu cabelo.
- Eu não sabia o que esperar.
- Melissa, eu nunca faria isso. - suspirou. - Vamos dormir?
Ele me soltou e simplesmente deitou, apenas de cueca.
- Quando você vai parar de deixar suas coisas jogadas pelo quarto? - perguntei.
- Já discutimos muitas coisas hoje, amor, minha desorganização não precisa entrar em pauta.
- Certo.
Fui até seu closet, despi a capa e o vestido, e coloquei uma camisa enorme do Harry. Entrei no banheiro, escovei meus dentes, penteei meu cabelo e voltei para o quarto. Apaguei a luz, fechei as cortinas e deitei-me, empurrando o Harry que ocupava mais que metade da cama.
- Se você soubesse o quão espaçosa é, não seria tanto. - murmurou.
- Já discutimos muitas coisas hoje, amor, minha comodidade não precisa entrar em pauta. - imitei-o.
- Ok, você venceu.
Ele me abraçou bem apertado e dormimos de conchinha.

Nem acredito que finalmente estou postando esse capítulo!!! Demorei tanto com ele por motivos tão banais. Espero que tenham gostado, mas sei que foi ruim!!! Hahaha, beijos!